Os computadores Magalhães "encomendados até à semana passada" pelas escolas serão distribuídos "antes da Páscoa".
O anúncio foi feito, na noite de segunda-feira, pela directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira. Falando num debate sobre Educação organizado pelo Núcleo Associações de Pais de Matosinhos, explicitou que foi essa a informação que lhe deu o "ministro Mário Lino", responsável por este dossiê.
Só na Região Norte faltam ainda "cerca de 140 mil Magalhães", indicou ainda a mesma responsável, em declarações feitas à Agência Lusa, referindo, porém, haver já várias escolas equipadas com este computador.
Margarida Moreira respondeu assim a uma observação feita pelo presidente da Federação das Associações de Pais da Trofa, que ali foi convidado pela organização do debate e aproveitou para notar que "os Magalhães ainda não chegaram às escolas".
A directora saiu em defesa do Magalhães, "um excelente computador", referindo, por exemplo, que ele está programado para não deixar os alunos jogar sem antes fazerem os seus trabalhos para casa.
Ainda neste âmbito, a responsável destacou que "a grande mudança" que aí vem é o Plano Tecnológico da Educação, que vai pôr "todas as escolas ligadas às autoestradas da informação".
O ensino especial foi outras das questões focadas e Margarida Moreira disse que até assumir funções, em 2005, "o Norte não nunca requisitou terapeutas".
"Nós tínhamos zero terapeutas da fala há quatro anos", exemplificou, ressalvando que eles existiam "no resto do país".
Desde então, garantiu, "a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) está a tentar recuperar" o tempo perdido, mas tem deparado com falta de especialistas em áreas como o autismo e a cegueira.
Segundo Margarida Moreira, a DREN até já pediu às escolas superiores de educação que apostem mais na formação dirigida ao ensino especial, com vista a suprir a actual escassez de quadros.
A directora adiantou que, em muitos casos, os problemas continuam a ser resolvidos através dos professores que durante anos desenvolveram a sua actividade nesta área específica e por isso acumularam uma vasta experiência.
Outro elogio foi para a Escola de Segunda Oportunidade que este ano lectivo começou a funcionar em S. Mamede de Infesta, Matosinhos, e que visa acolher jovens que abandonaram os estudos.
"Só há duas no mundo e uma delas é em Matosinhos", destacou Margarida Moreira, salientando que a autarquia local tem um "conceito de escola inclusiva".
O presidente da Câmara local, Guilherme Pinto, aproveitou o debate para vincar que a educação é a sua "primeira prioridade" e apontou os investimentos realizados e a realizar pela autarquia.
O autarca referiu que vão ser investidos "32,5 milhões de euros em 12 centros escolares", contando para o efeito com "um forte apoio governamental" e da própria DREN.