terça-feira, 10 de junho de 2008

Torga e Camões II

Coimbra, 11 de Janeiro de 1980

Lápide


Luís Vaz de Camões.

Poeta infortunado e tutelar.

Fez o milagre de ressuscitar

A Pátria em que nasceu.

Quando, vidente, a viu

A caminho da negra sepultura,

Num poema de amor e de aventura

Deu-lhe a vida

Perdida.

E agora,

Nesta segunda hora

De vil tristeza,

Imortal,

É ele ainda a única certeza

De Portugal.


Miguel Torga in Diário XIII

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