sábado, 31 de janeiro de 2009

A máxima seguinte não se aplica a Tios, Primos ou Amigos



"À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta"


quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A OCDE do Antero

ocde

Cartoon do Antero - Blog anterozóide

Poema alusivo à época

XIII

Faze que a vida seja o que te nega
A luta é tua - fá-la
Agora, os sonhos em farrapos,
melhor é a luta que pensá-la

Ergue com o vigor do teu pulso;
solda-o em aço
E da tua obra afirma:
- Sou o que faço.


in Sol de Agosto - João José Cochofel

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Cai a máscara

Do Blog portaldaloja, do Magistrado que se assina simplesmente como José, publicamos, sem comentários porque não é necessário, o seguinte post:

O cúmulo!

Como é possível ter lata suficiente para suplantar uma aldrabice apanhada ainda "com a boca na botija"? Com a maior desfaçatez. Assim:

«Isto não é um relatório da OCDE», acusou o líder parlamentar social-democrata, dizendo que foi encomendado pelo Governo, para efeitos de propaganda, usando um texto de uma especialista da OCDE, mas apenas como prefácio ao estudo. «Enganou os portugueses», disse Paulo Rangel.

«Os senhores não suportam o sucesso do país», respondeu Sócrates, lembrando que o relatório foi feito por especialistas internacionais de vários países.


Nota suplementar: Nos debates parlamentares quinzenais, este primeiro-ministro brilha sempre, pela retórica mais politiqueira e artesanal, da frase feita e do conceito corrido. Não há dúvida e é preciso reconhecer: em tretas pegadas, não há quem o bata. É disso que o povo gosta e por isso quem fica a ganhar, sempre, é o primeiro-ministro.

Contrariar e afrontar um habilidoso, com dotes comprovados de aldrabão, não é tarefa fácil, para quem quiser. É uma arte que se pode aprender, se houver o substracto suficiente para o suplantar. Pêlo de cão cura-se com pêlo do mesmo cão.

Para aldrabão, só aldrabão e meio. Rasquice combate-se com rasquice.

Este tipo de rasquice, por exemplo (via Blasfémias) : no sítio do PS, havia este título a propósito do assunto. Agora, há este. Mudança rápida, sem explicações e aldrabice à vista desarmada.

Sobre um "estudo" da OCDE - I

O "alegado" estudo da OCDE sobre a Educação

Ontem foi dia de festa.

José Sócrates agendou a apresentação do "alegado" relatório da OCDE, realizado por peritos independentes que elogiava as políticas do Ministério da Educação e a coragem dos Governantes. Esperava-se pois um relatório exaustivo, reunindo um conjunto de pareceres de parceiros locais/nacionais, com base numa amostra que desse provas de isenção.

Sucede que nem o relatório é da OCDE, como diz Sócrates e a sua caixa de ressonância (RTP), nem todos os peritos me parecem "independentes" e a base bibliográfica do "alegado estudo da OCDE" resume-se a um conjunto de publicações do próprio Ministério.

Por outro lado, denota-se o especial cuidado tido na selecção de entidades e parceiros com os quais os peritos foram levados a reunir.

in Blog 31 da Armada

Sobre um "estudo" da OCDE - II

"(...) o Ministério da Educação solicitou o presente relatório a uma equipa de peritos internacionais independentes, liderada pelo Prof. Peter Matthews. A avaliação que realizaram em Portugal segue de perto a metodologia e abordagem que a OCDE tem utilizado para avaliar as políticas educativas em muitos países-membros ao longo dos anos." (página 7)

O envolvimento da OCDE no relatório fica-se pelo prefácio. O Governo, que encomendou o Estudo e escolheu os peritos, convidou também a "Deborah" da OCDE para assinar o prefácio.

in Blog 31 da Armada

Sobre um "estudo" da OCDE - III

  • Peter Matthews, Consultor de Educação e Professor Visitante no Instituto de Educação, Universidade de Londres
  • Elisabeth Klaver, dez anos como Inspectora na Inspecção Nacional de Educação da Holanda
  • Judit Lannert, Directora-Geral do Tárki.-Tudok, o Centro de Gestão do Conhecimento e Investigação para o Ensino de Budapeste
  • Gearóid Ó Conluain, Inspector-Geral Adjunto do Departamento de Educação e Ciência da Irlanda
  • Alexandre Ventura, nomeado por Silva Pereira e Maria de Lurdes Rodrigues para Presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP) - Despacho n.º 29362/2008, de 14 de Novembro

in Blog 31 da Armada

Sobre um "estudo" da OCDE - IV

Quando se paga um estudo, existe a tentação de restringir as realidades e disponibilizar apenas a informação que mais convém para um número mediático que terá a presença do Primeiro Ministro:

"A avaliação teve na base um relatório abrangente, preparado pelo Ministério da Educação, com a descrição da implementação de cada uma das medidas, fornecendo uma avaliação interna das mudanças efectuadas, e incluindo muita informação e dados. O relatório foi estudado antes de uma visita de seis dias a Portugal de uma equipa internacional para entrevistar os principais actores educativos e visitar um pequeno número de escolas".

in Blog 31 da Armada

Sobre um "estudo" da OCDE - V

Os peritos tiveram encontros com diversos parceiros, destacando-se os nomeados Directores Regionais de Educação, entre os quais a sempre disponível Margarida Moreira, da DREN. É impossível não ficar deslumbrado com as reformas do Governo, perante uma tão isenta apreciação crítica.

Depois, os peritos, foram levados a falar com a CONFAP, mas não com a CNIPE. Para o Ministério da Educação, para ouvir os pais, basta reunir com Albino Almeida.

Os peritos reuniram ainda com as Associações Profissionais ligadas ao Ensino Básico. Foram ouvidos os professores de Inglês, de Educação Física e até do ensino Pré-Escolar. Mas, por algum motivo estranho, não foram ouvidas a Associação de Professores de Português, nem a Associação de Professores de Matemática, nem a Sociedade de Professores de Matemática.

É insólito, se atendermos à importância que estas disciplinas têm no ensino básico.

Afastando os "observadores" internacionais dos "dissidentes", as avaliações e inspecções externas serão sempre muito positivas.

Onde é que eu já vi isto?

in Blog 31 da Armada

Sobre um "estudo" da OCDE - VI

Os peritos que realizaram o estudo sobre o ensino básico, a pedido do Governo, reuniram com parceiros locais. Foram perguntar aos autarcas a opinião que tinham sobre as políticas do Governo.

E que autarquias foram ouvidas pelos peritos?

Guimarães (Partido Socialista)
Gondomar (independente)
Santo Tirso (Partido Socialista)
Amadora (Partido Socialista)
Ourique (Partido Socialista)
Lisboa (Partido Socialista)
Portimão (Partido Socialista)

Não falta aqui nada?

Creio que desta vez a propaganda de Sócrates exagerou.

Os peritos internacionais devem ter partido com a ideia que em Portugal vigora um regime monopartidário.

in Blog 31 da Armada

Sócrates apertado, esta tarde, na AR, a propósito da encenação em torno do falso Relatório da OCDE

Esta tarde, na AR, Sócrates foi interpelado por Paulo Rangel acerca da montagem da encenação do Relatório dito da OCDE que, afinal, não é da OCDE. Sócrates insistiu, esta tarde, na encenação. Não foi capaz de dizer, preto no branco, que o Relatório não é da OCDE.

Manteve a encenação: leu o nome da chefe de divisão de educação da OCDE, sem referir que estava a citar o nome da autora do prefácio do Relatório e não o nome da autora do Relatório. Desmascarado por Paulo Rangel, Sócrates teve de admitir que acabara de ler o nome, não da autora do Relatório, mas da prefaciadora. Desmascarado por Paulo Rangel, José Sócrates não foi capaz de explicar por que razão enganou os portugueses, ao afirmar, ontem, que o Relatório seria da OCDE.

Sócrates não tem emenda: é uma questão de carácter. Insistiu, esta tarde, na AR, na ideia de que o Relatório foi feito por peritos internacionais independentes, esquecendo que um dos autores é o actual Presidente do CCAP, um organismo na dependência directa da ministra da educação. Ignorou, também, que a OCDE não teve absolutamente nada que ver com o Relatório. Não foi capaz nem quis comentar o facto de os autores do Relatório se terem limitado a ouvir 7 municípios, 6 socialistas e 1 independente (Gondomar).

Não quis comentar, nem podia, o facto de o Relatório se ter baseado num relatório prévio preparado pelos serviços centrais do ME. Também não comentou o facto de os autores do Relatório terem consultado 4 peritos nacionais, todos eles com posições públicas favoráveis às políticas educativas do Governo. Sócrates é incapaz de admitir um erro.

Manteve a sua proverbial arrogância e falta de educação. Não tem emenda. Não tem nível para ser primeiro-ministro.

in Blog ProfAvaliação - post de Ramiro Marques

Que a Poesia guie a nossa Luta

Renascer

Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.


Sophia de Mello Breyner Andresen

Humor - o Tio e o Primo...


Jornal "Correio da Manhã", 27 de Janeiro de 2009

Mais uma opinião importante sobre Avaliação dos Docentes

Voltando à vaca fria


Hoje estive à conversa com uma amiga e militante do PS. A avaliação dos professores foi o prato forte. Ela a favor, eu contra. De um lado a retórica oficial do PS, do outro um militante desalinhado.

Claro que sou suspeito, fui professor do secundário durante mais de uma década e sou formador de professores há mais de duas. Para além disso sou sindicalizado e fui fundador do sindicato onde sou filiado. Tudo graves predicados que não abonam a favor de um crítico do processo de avaliação do desempenho dos professores e militante do PS.

Tenho, no entanto, um argumento moral, a experiência prática de avaliar centenas de candidatos a professores e de professores no activo. Acho que sei alguma coisa do assunto, não só teoria, mas também de experiência vivida.

Acresce que não sou directamente interessado no assunto, pois não estou em causa enquanto avaliado, o que me reconforta para poder ter uma posição independente da defendida oficialmente pelo partido onde milito.

Tudo visto e somado, por que haveria eu de ter a posição que tenho se não fosse por convicção e por esta decorrer de uma análise fundamentada da realidade portuguesa?

Claro que não sou contra a avaliação dos professores, pelo contrário, acho-a indispensável. Quando ainda pouco se falava do assunto orientei mesmo seminários sobre a matéria, numa perspectiva de sensibilização, mas a forma como o processo se desenrolou tornou-o quase inviável.

Ninguém no seu perfeito juízo pode pensar em generalizar um processo destes passando uma esponja sobre o passado, pois por muito que a propaganda o queira esconder, já havia avaliação de professores e se o processo não era o melhor a culpa não foi dos avaliados, mas dos decisores políticos.

Para além disto, o processo foi inteiramente concebido por técnicos do ME sem intervenção de especialistas com currículo reconhecido na matéria e sem qualquer discussão digna desse nome com as associações e sindicatos que representam os professores.

Depois, ignorou-se a realização de qualquer prática experimental que contribuísse para aferir os instrumentos e aperfeiçoar todo o processo.

Finalmente, matou-se a sua credibilidade, antes mesmo deste estar em prática, ao ter-se feito um concurso para titulares, cuja arbitrariedade técnica e ausência de escrúpulos éticos ao nível da concepção e da aplicação, o tornaram num aborto em que ninguém se revê, à excepção de quem o concebeu e de quem julga poder tirar algum partido da sua existência.

É por tudo isto que se chegou ao ponto em que estamos e, verdadeiramente, ninguém
sabe como se há-de sair deste atasqueiro.

Perdoem-me a insistência, mas a única saída airosa era a substituição da equipa do ME por uma mais fresca e isenta de culpas neste cartório, capaz de ganhar a confiança da classe docente e de conseguir um entendimento com ela, sem vencedores nem vencidos, consensualizando uma solução transitória e fazendo caminho para pôr de pé um processo de avaliação mais consentâneo com as metodologias internacionalmente mais vulgarizadas e com a realidade das escolas portuguesas. E, claro, reformulando a questão dos titulares.

Pacificavam-se as escolas e o PS reconquistava uma parte do eleitorado que alienou, ou vai alienar, se este braço-de-ferro continuar.

Sinceramente, ninguém consegue fazer chegar esta mensagem ao Primeiro Ministro? A minha teoria é que ele anda enganado por assessores e pela equipa do ME, porque o homem é determinado (alguns dizem teimoso) e um bocado arrogante, mas não é parvo nem quer perder a maioria absoluta.



in Campo lavrado - post do Doutor José Manuel Silva

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Relatórios, Avaliações, IGE e OCDE - a barafunda no ME continua

NOTA DE IMPRENSA

Sete (7) perguntas ao Senhor Secretário de Estado da Educação

A notícia inserta na página 12 do “Público” do passado dia 22, com o título “Ministério da Educação vai avaliar a qualidade «interna e externa» dos cursos profissionais” , suscita-nos algumas perguntas, que gostaríamos de ver respondidas. Citamos da notícia: “O Ministério da Educação (ME) vai arrancar em breve com a avaliação aos cursos profissionais das escolas públicas. A garantia foi dada pelo Secretário de Estado da Educação, Valter Lemos (…). «O contrato está pronto e a adjudicação vai ser feita muito em breve», sublinhou Lemos (…)”. Esta notícia, como se vê, coloca inúmeras questões. Entre outras, e não sendo exaustivos:

1. Por que está a Inspecção-Geral da Educação (IGE) arredada de todo este processo?;

2. De que contrato, com que caderno de encargos, e de que adjudicação se está a falar?;

3. A IGE possui competências legais e técnicas, e meios e experiência, para, no âmbito de uma redefinição das suas prioridades e do urgente reforço dos seus quadros, fazer esta avaliação - por que é que a não faz?;

4. Assim sendo, qual o fundamento legal, técnico, orçamental e financeiro que justifica esta externalização do serviço?;

5. A IGE já desenvolveu e aplicou um Programa de Avaliação Integrada das Escolas, a IGE já fez a avaliação de escolas profissionais públicas, a IGE está a aplicar neste momento um programa de Avaliação Externa das Escolas - e é colocada à margem desta avaliação aos cursos profissionais das escolas públicas, assim se propiciando “contratos” e “adjudicações”?;

6. A IGE, para além de credível e competente, também sai naturalmente mais barata aos contribuintes, pelo que uma outra pergunta se torna inevitável: quais os custos deste contrato, isto é, quem ganha e quem perde com este negócio?;

7. A aplicação de um processo de avaliação promovido pelo Ministério da Educação pode ser um negócio?

Pel’A Direcção do Sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino

José Calçada

(Presidente)
NOTA: Havia, no areópago moral, a mulher de César - hoje temos o Primo de Sócrates e os amigos da Doutora Maria de Lurdes Rodrigues - todos diferentes, todos iguais...

Relatório da OCDE...!?!

Auto-elogio, ou gabarolice como se diz na gíria

A expressão ímpeto reformista tem sido usada com frequência para se referirem ao governo de Sócrates, se bem que agora com menor frequência. No entanto, hoje volto a republicar um texto anterior, o que me leva a observar que a mudança poderá não passar da aparência.
Vem isto a propósito de mais um relatório da OCDE sobre a educação, oportunamente usado para propagandear a bondade do caminho de pedras que tem sido o rumo da educação socrática. E no entanto, como registou Paulo Guinote, vamos ver a autoria do documento e lá está o Ministério da Educação, no caso pela mão de Alexandre Ventura, presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores.
Pois é, quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha? É aqui que entra um texto de Outubro de 2007:
Quinta-feira, 11 de Outubro de 2007
Education at a Glance 2007

Talvez já tenha o leitor pensado, como eu, de forma obtém a OCDE estes dados. Vem ao terreno fazer as suas próprias investigações? Tem sucursais? São-lhe fornecidos por outrem? É, no meu entender, uma questão pertinente, pois da confiança nestes dados resulta a validade das conclusões obtidas.
Ora este "Education at a Glance 2007" contém uma secção "Sources", onde que lê que as fontes para este relatório foram, no caso português:
* The Bureau for Information and Evaluation of the Education System,
* National Statistical Institute,
* The Financial Management Bureau,
* Science and Higher Education Observatory.

Ou seja, a respectiva proveniência é o Estado português. O que não deixa de ser curioso: a ministra da educação justificou todas as suas polémicas decisões com base nos dados publicados pela OCDE. Mas a OCDE apenas trata, compara e publica informação baseada nos dados fornecidos, no caso português, pela própria ministra. Um verdadeiro caso de pescadinha com rabo na boca e de nos interrogarmos seriamente sobre a ética de fazer política assim.

Quanto ao documento que agora tanto entusiasmou Sócrates, de onde vieram os dados? Basta consultar o respectivo anexo 2:
ANEXO 2: FONTES DOCUMENTAIS E INFORMAÇÃO DE ENQUADRAMENTO
A equipa beneficiou do acesso a um conjunto de documentos, incluindo:
  • Galvão, M.E. (Ed.) (2004). Desenvolvimento da Educação em Portugal. Ministério da Educação e Secretaria de Estado dos Assuntos Europeus e Relações Internacionais.
  • Ministério da Educação (2007). Educação e Formação em Portugal. Ministério da Educação, Portugal.
  • Ministério da Educação (2008). Medidas Políticas Implementadas no Primeiro Ciclo do Ensino Obrigatório em Portugal: Relatório Nacional. Ministério da Educação, Portugal.
  • Serrazina, M.L. (2008). Programa de Formação Contínua de Professores de Matemática: recompensas e desafios. Escola Superior de Educação de Lisboa.
  • Foram elaborados relatórios sobre a reorganização da rede escolar do primeiro ciclo em cada uma das cinco regiões, lavrados com objectivo da avaliação, e foram produzidos registos por alguns grupos de testemunhas entrevistados.
  • As informações e dados produzidos por todos os Serviços Centrais do ME, em particular, pelo
    GEPE e pela IGE, também se revelaram bastante valiosos.
E o leitor não acha este texto que acabo de escrever notavelmente excelente? Olhe que já foi gabado e aplaudido incondicionalmente (por mim).

in Blog Fliscorno

Poema alusivo à época

13

Veio a noite e tudo ficou enorme.
Veio a noite: mão gigante e silenciosa que passou.
Veio a noite e o povo inteiro dorme.
E o sonho dorme: queimaram-se as asas para voar.
Só o hálito da Mata, as almas penadas do Vale
e os cães nas ruas
soltam um brado de existência.
Veio a noite e tudo ficou igual.


in Terra (Novo Cancioneiro) - Fernando Namora


NOTA: Faz no próximo sábado 20 anos que morreu Fernando Namora - mas um poeta ou pensador nunca morre enquanto as suas palavras derem ânimo ao seu leitor...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ainda bem que os dois se compreendem - talvez possam chorar no ombro um do outro daqui a dias...

Perante dificuldades e incompreensões
Sócrates elogia resistência da ministra da Educação
26.01.2009 - 14h43 Lusa

O primeiro-ministro, José Sócrates, elogiou hoje a forma como a ministra da Educação resistiu às dificuldades e incompreensões, considerando lamentável a atitude da oposição que diz que o Governo está apenas a trabalhar para as estatísticas.

"Valeu a pena resistir, não desistir, enfrentar as dificuldades. Este é o caminho para o sucesso", afirmou José Sócrates, no encerramento da cerimónia de apresentação do relatório da OCDE sobre política educativa para o primeiro ciclo (2005-2008). Fazendo rasgados elogios à ministra da Educação, o primeiro-ministro recordou as "dificuldades" e incompreensões que as políticas de Maria de Lurdes Rodrigues têm enfrentado ao longo dos últimos anos, concluindo que "valeu a pena".

"Que dificuldades, que incompreensões. Foram quatro anos de governação difíceis, mas valeu a pena", salientou, felicitando directamente Maria de Lurdes Rodrigues pelos resultados. "Foi um gosto trabalhar consigo", acrescentou, lamentando que seja preciso "alguém vir de fora", como os técnicos estrangeiros que elaboraram o relatório da OCDE, para dizer "bravo".

Na sua intervenção, José Sócrates deixou ainda duras críticas à oposição, lamentando que diga que o Governo está apenas a trabalhar para as estatísticas. "Que pobreza de debate político, que lamentável a atitude dos partidos políticos de dizerem que lá está o Governo a trabalhar para as estatísticas, como se as estatísticas não fossem importantes", criticou, enfatizando que prefere a existência da medição do sucesso das medidas à "ausência de medição".

Ainda a propósito das críticas que a oposição faz às políticas e medidas do Governo, o primeiro-ministro recordou a "controvérsia" que os computadores Magalhães foram alvo. "Se soubessem as críticas, as controvérsias", disse, dirigindo-se aos técnicos que apresentaram o relatório da OCDE. O chefe de Governo acrescentou que as reformas que foram desenvolvidas estão a produzir resultados e que o Governo vai continuar no mesmo caminho, já que "a política educativa é um trabalho sem fim".

"Foi preciso resistir muito", insistiu, lembrando que "não há um caminho fácil, nem há atalhos", mas que para um Governo de esquerda como o seu, a Educação é "uma batalha central". Falando depois da ministra da Educação, José Sócrates recordou ainda algumas das reformas levadas a cabo nos últimos anos no primeiro ciclo, como o encerramento de escolas com poucos alunos e sem condições, o alargamento do horário de funcionamento dos estabelecimentos ou a introdução do inglês. "Foi uma reforma muito importante para este Governo, como foi para mim", declarou.

in Público - ler notícia


NOTA:
este paleio roto não devia ser notícia, o que devia ser era a encomenda paga a peso de ouro (pois que o estudo - SIC - não foi feito pela OCDE mas por peritos...) e que está pejada de erros, meias-verdades e pseudo-informações. Mas vindo de quem vem, vale o que vale.

Se eles podem...

Cinco forças policiais querem conhecer propostas de estatutos até 15 de Fevereiro
Polícias reúnem-se amanhã para lançar ultimato ao Governo
26.01.2009 - 16h32 José Bento Amaro

A Comissão Coordenadora Permanente das Forças de Segurança (CCPFS) estabeleceu o dia 15 de Fevereiro como data limite para que o Governo faça chegar a cada uma das cinco forças policiais os estatutos que regulamentam as respectivas actividades. A decisão será anunciada amanhã, durante uma reunião a realizar em Lisboa. Caso a data limite não seja cumprida, as forças de segurança irão marcar nova assembleia e, caso a votação assim o determine, poderão convocar acções de protesto conjuntas, entre as quais se incluem manifestações.

Os estatutos das diversas forças de segurança que integram a Coordenadora (PSP, GNR, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima) estão prometidos aos diversos sindicatos e associações sindicais há mais de três anos (como é o caso das forças integradas no Ministério da Administração Interna), mas até agora o seu conteúdo não foi dado a conhecer. “Queremos saber o que dizem os estatutos para, de acordo com o que a lei nos confere, podermos discutir e renogociar com o Governo alguns dos pontos constantes. No caso da PSP a promessa de entrega dos estatutos foi feita em 2005, quando ainda era ministro António Costa. Até agora ainda não recebemos nada e a actual legislatura acaba dentro de seis meses”, disse ao PÚBLICO o presidente da CCPFS, Paulo Rodrigues.

Para o presidente da CCPFS os atrasos na entrega e consequente discussão dos estatutos podem resultar de “uma eventual falta de verbas do Estado” para proceder aos acertos exigidos pelas forças policiais. “Questões como o projecto do fardamento, o regulamento dos serviços remunerados ou as avaliações de serviço têm de ser debatidas e podem representar orçamentos diferentes daqueles que os ministérios pretendem disponibilizar”, adiantou o sindicalista, lembrando que questões como os regulamentos disciplinar e de continências e honras policiais são outras das questões a debater com as respectivas tutelas.

O caso da PSP aplica-se de igual modo à GNR e também à Guarda Prisional, que pertence ao Ministério da Justiça, e à Polícia Marítima, sob a tutela do Ministério da Defesa. Na reunião de amanhã marcará igualmente presença a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC) da Polícia Judiciária. A ASFIC, apesar de não integrar a CCPFS, debate-se com os mesmos problemas das restantes forças de segurança.

in Público - ler notícia

Música para Tio, Primo e... coiso...

domingo, 25 de janeiro de 2009

MTAD - Educação SA

Manual de Tácticas da Acção Docente


Os professores perderam apoio em todos os fóruns políticos.
Não podem recorrer ao Governo, seu carrasco.
Nem ao Presidente da República, completamente surdo.
Nem ao Parlamento, totalmente arrebanhado.

Parece que estão isolados, mas não estão.
Parece que perderam a guerra, mas ainda não a perderam.
Perderam alguma artilharia, é certo, mas mantêm intacta a razão.

Onde podem ir buscar apoios para continuarem a lutar pela revogação do actual modelo de avaliação?
Que caminhos devem ser seguidos nesta fase de maior descrença?
Que armas e que tácticas devem ser utilizadas para vencer o inimigo e arrancar a erva ruim que se tenta semear nas escolas?


O Manual de Tácticas da Acção Docente tenta responder a estas questões:

MANUAL DE TÁCTICAS DA ACÇÃO DOCENTE


Parte Um - O inimigo

O inimigo a abater é o modelo de avaliação de professores criado pelo decreto regulamentar 2/2008.
É o Estatuto da Carreira Docente.
É o Governo, o Ministério e toda a Administração Central e Regional da Educação.
São também inimigos os Presidentes e Directores de Escolas mais papistas que o papa Inginheiro José "FreePort" Sócrates...
E os deputados-professores socialistas que votaram contra a suspensão.


Parte Dois - O campo de batalha

A batalha desenvolve-se em todas as escolas do país, na rua e na comunicação social, sempre dentro dos limites legais.


Parte Três - As armas

São armas admissíveis nesta guerrilha a palavra, o texto, a imagem, o voto e, em casos particularissímos, alguns ovos.


Parte Quatro - Acções tácticas a desenvolver


1 - Acções jurídicas

Contestar legalmente o Governo, o ME, e os decretos que criaram os monstros. A este respeito, ouvir TSF e ler General Guinot


2 - Acções musculadas

a) Os Presidentes de Conselho Executivo, especialmente aqueles que e reuniram em Santarém ainda podem fazer mossa. Serão sempre um real foco de contestação ao governo e a esta política.

b) Pedido de demissão de umas boas dezenas de Presidentes de CE. Se muitos dos actuais presidentes se demitissem criariam um engulho ao Governo e, independentemente, da “resposta” preparada para este cenário, seria um sério problema para o Ingº. Note-se que o pedido de demissão dos PCE está previsto na lei. Ou seja, é uma acção real, legal e que causaria danos importantes no processo.

c) Os professores não devem entregar os OI. Nada na lei os obriga a tal acção. Deixem que sejam os avaliadores a definir os OI.

d) Não permitir nenhuma aula observada: ou porque ninguém as requer ou porque, alguém as requerendo, elas não se realizam por greve, doença, ou qualquer outra indisposição que impeça a observação das aulas. Esta medida táctica fará mossa e será fácil de suprir: estamos quase no Carnaval e as aulas observadas são marcadas pelo avaliador…

e) Mais greves em momentos cirurgicamente escolhidos que não faltarão com o decorrer do FreePort. (Não às greves por tempo indeterminado)

f) Esperas. Sempre que se realize um acontecimento público em que estejam membros do Governo, o povo docente deve ir para a rua. Com cartazes alusivos à luta.


3 – Propaganda

a) Como já aqui escrevi: para esta guerra, deve-se utilizar as armas do inimigo. Comprar publicidade e fazer propaganda na televisão que descredibilize o Governo e as políticas educativas.

b) Abrir uma conta bancária e recolher fundos (5 euros/prof, por exemplo) para contratar os Gatos Fedorentos e outros entertainers para bater no Governo e na avaliação dos professores.

c) Colocar outdoors com publicidade que ridicularize o modelo de avaliação dos professores.

d) Associar os seus argumentos utilizados pelo ingº e pela sinistra à mentira, à desonestidade intelectual, ao embuste. Sublinhar as suas facetas de impostores.


4– Representação

a) Os professores devem representar. Fazer de conta que se avalia, representar que se é avaliado e avaliador, disfarçar que a avaliação é exequível, representar que a avaliação é justa e rigorosa.

b) No primeiro acto desta peça, os professores não entregam objectivos individuais. Desta forma mostram tanta segurança na sua competência e tanta confiança no avaliador que até deixam ao seu critério a definição dos seus objectivos.

c) O segundo acto é a definição dos objectivos pelo PCE (dizem-me que constam do projecto educativo, do regulamento interno e do plano de actividades, o que não me admira pois está lá “tudo”). Um bom PCE define objectivos tão vagos, imprecisos e incomensuráveis que, chegados a Julho, oh! Olha! Não é possível delimitar, nem isolar nem, muito menos, medir estes objectivos. Que diabo? E agora? Não se pode prejudicar nenhum colega…

d) O terceiro acto é a ficha de auto-avaliação. Os professores devem seguir a máxima socialista: Todos Diferentes, Todos Iguais.

e) O quarto acto é a ficha de avaliação. Os avaliadores devem seguir o princípio socialista da igualdade: tira daqui põe ali e, bem somadas as notinhas dos parâmetros, olha, olha... Todos os 150 professores avaliados têm BOM. Como é isto possível?

ATENÇÃO: não se pode fazer como fez este Conselho Pedagógico. Nem pensar em aprovar ou deliberar ou decidir que todos os professores têm BOM. Para além de ser ilegal, dá processo disciplinar e o povo não perceberia. Os avaliadores não declaram nada, não decidem nada, Estão caladinhos como mochos. No final do ano, após recolha dos dados, fazem uma avaliação rigorosa e ponderada do desempenho dos seus avaliados e dão notas. Claro que nem todos os professores podem ter a mesma nota em cada parâmetro. Seria muita coincidência. Já seria menos coincidência se todos tivessem notas diferenciadas mas não ultrapassassem o BOM. Perceberam ou querem uma explicaçãozita mais detalhada?

f) O quarto acto é da responsabilidade da comissão de avaliação. É que pode mesmo haver alguns professores que, inadvertidamente, cheguem ao muito bom e até ao excelente. Aí entra a comissão para "validar" essas "excepcionais" classificações.

g) Termina a peça com todos os professores avaliados, por mero acaso, com nota BOM. Já sei, já sei. Os Bons são diferentes uns dos outros pois distribuem-se por toda a escala quantitativa (de 6,5 a 7,9 pontos).


E assim será aplicada uma medida política emblemática desta Governo. Os professores serão avaliados como sempre foram antes destes senhores inventarem este modelo de avaliação, a diferenciação ocorrerá dentro da mesma classificação e pode ser que já nos tenhamos visto livres deles.

Post de Reitor - Blog Educação S.A.

Serão estas questões políticas ou jurídicas?

Pequeno contributo, recolhido por mail, com origem fora da classe docente, exactamente em alguém com razoável conhecimento de leis. Ou alguém julga que andamos aqui a brincar em serviço? Deslindem lá o imbróglio se conseguirem:

Dúvidas sobre os conflitos de interesses na aplicação do Simplex2:

1. Há conflito(s) de interesses entre os professores todos de uma escola e alguém que sendo seu/sua actual avaliador/a - Presidente do Conselho Executivo - seja candidato/a a Director/a para um próximo mandato.

2. Há ainda outro conflito (da mesma natureza) entre o/a candidato/a a Director/a Executivo/a, na condição de avaliador, e os membros do Conselho Geral de Escola que terão que o/a eleger, sabendo que estão/vão ser avaliados por esse/a candidato/a.

3. Há mais um conflito que deriva do facto de o/a candidato/a a Director/a ser o/a avaliador/a dos “futuros/as escolhidos/as” da sua Equipa e dos/as Coordenadores/as, etc.

Mas, na hipótese de não se verificarem os anteriores conflitos, há este problema:

4. Em algumas escolas, no final do ano, os PCEs não serão os Directores eleitos para o próximo mandato. Nesses casos, o Director apanhará o processo de avaliação na fase final e terá de avaliar professores que ele ou ela não acompanhou ou nem sequer conhece o que torna este processo inoperacional.

Aguardam-se mails desencontrados das DRE e da DGRHE a explicar o inexplicável.


Post de Paulo Guinote - Blog A Educação do meu Umbigo


Em nome do tio, do sobrinho e do... outro

Estória por estória, prefiro esta. É bonita, tradicional, politicamente incorrecta mas verdadeira... Faltou-lhe o Estudo de Impacte Ambiental, mas não se pode ter tudo.


A Nau Catrineta (Versão de Lisboa) - Fausto

sábado, 24 de janeiro de 2009

Cá se fazem, cá se pagam

Pela primeira vez desde o 25 de Abril que temos um Primeiro-ministro em funções que está sob suspeita de ter cometido actos ilícitos enquanto governante. Se Soares foi incompetente, Cavaco autoritário, Guterres e Durão fugitivos e Santana trapalhão, será que Sócrates vai ficar na história rodeado por uma nuvem de corrupção? É cedo para dizer isto, até porque quem está a ser formalmente investigado em Portugal é o seu tio, e apesar das ligações óbvias entre o empresário imobiliário que fez o negócio do Freeport e o então Ministro do Ambiente, sou obrigado a defender que José Sócrates é inocente até prova em contrário.

Mas convém relembrar o historial de José Sócrates, nomeadamente relativamente às trapalhadas da conclusão da sua licenciatura na Universidade Independente ou ainda o caso das obras fantásticas que assinou enquanto engenheiro técnico civil. Ou seja, a ética não parece fazer parte da acção pública do Primeiro-ministro. Mas isso não prova que seja culpado de nada.

in Blog 31 da Armada

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Manobras de salvamento

«Professores vão pedir a Cavaco que dissolva AR e "salve o ensino"» -- anuncia o Diário de Notícias.
E quem salva o ensino destes professores?! "

Pois é um problema complicado. A esmagadora maioria, para não dizer a totalidade dos professores, querem mesmo salvar o ensino, livrando-o do aborto legislativo da avaliação. Lídia Jorge já explicou porquê, mas Vital não leu ou não compreendeu.

Deste modo, Vital assemelha-se ao garboso pai do praça que marcha na parada, ao contrário dos demais. Para esse progenitor, em linguagem de ISCTE, o filho é que marcha direito...

Numa comparação adequada a estatística, seria o mesmo que prever toda a cidade de Coimbra de bandeiras brancas a pedir a demissão da equipa da ministra do ISCTE, e Vital, sózinho, numa janela dos Grilos, com uma bandeira rosa, a gritar à multidão da cidade. Vade retro, satanazes!

A cegueira de Vital não é como a de Castilho. É pior: atingiu-lhe os neurónios.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Consequências da não entrega dos Objectivos Individuais



Quais as consequências legais e/ou de carácter administrativo da não entrega de objectivos individuais por parte dos docentes? (Questão colocada, à DGRHE, por escrito por 20 professores). Resposta da DGRHE:

RE de: meducacao@min-edu.pt

Ex.mo Senhor Presidente do Conselho Executivo,

Em resposta à questão colocada na aplicação de perguntas e respostas sobre a avaliação de desempenho, informamos:

O prazo para entrega dos objectivos individuais deve estar definido no calendário aprovado pela escola. Nas situações em que esse prazo não seja cumprido, deverá o director/presidente do conselho executivo notificar o docente desse incumprimento, bem como das respectivas consequências, ou seja, o período sem avaliação, não será considerado para efeitos da evolução da carreira docente. No entanto, uma vez que, quando existe falta de acordo, prevalece a posição do avaliador, poderá o director/presidente do conselho executivo fixar os objectivos ao avaliado, tendo por referência o projecto educativo e o plano anual de actividades da escola.

Com os melhores cumprimentos

DGRHE


Comentário

1. A sanção para quem não for avaliado é só uma: não contagem do tempo para efeitos de progressão e de concurso.

2. A não entrega dos O.I. não retira ao PCE a possibilidade de os definir para os avaliados. Deve fazê-lo tendo em conta as metas e objectivos do PE e do Plano Anual de Actividades da Escola.

3. O Simplex 2 atira toda a pressão e responsabilidades para os ombros dos PCEs. Os PCEs estão numa situação difícil. As escolas estão mergulhadas numa confusão. Apelo aos deputados do PS para votarem a favor da proposta de lei do CDS. Tal proposta criaria as condições para tranquilizar as escolas. Ajudaria a melhorar o ambiente de trabalho nas escolas e os PCEs e professores teriam condições para focarem a sua actividade e energia no bem-estar dos alunos, na relação pedagógica, nas aulas e nos projectos das escolas. Ninguém perderia a face.

Ramiro Marques in Blog ProfAvaliação

A proposta de lei do CDS (votada no dia 23/1) se for aprovada, fará regressar alguma tranquilidade às escolas

Post publicado no Blog ProfAvaliação:

Parece-me importante ter em conta alguns "pormenores" da proposta de lei do CSD: é transitória, serve para resolver, neste ano lectivo,o impasse provocado pelo decreto regulamentar 1-A/2009 e pode fazer regressar alguma tranquilidade às escolas. O aspecto mais positivo é o de recentrar o processo de avaliação de desempenho, para este ano lectivo, no conselho pedagógico e no conselho executivo. Outro aspecto positivo é o de libertar da avaliação de desempenho os professores que, neste ano lectivo, não têm condições para progredir na carreira.


Eis a minha argumentação a favor da aprovação da proposta de lei do CDS:

1. Somos a favor da suspensão do simplex2 (complicadex na realidade), que não serve de forma alguma.

2. Os projectos do PSD e do BE já foram chumbados.

3. O projecto de lei do CDS de suspensão da ADD é transitório.

4. Integra vertentes básicas da profissão e, ao abolir as aulas assistidas, retira uma parte importante do mau ambiente nas escolas.

5. A avaliação tem um carácter mais plural porque nela intervêm órgãos colegiais e não pessoas individuais e o docente tem nela um papel central (apela para o sentido democrático que tem andado muito longe das políticas de Sócrates, MLR e sua equipa e valoriza o papel do professor).
6. Com a nova calendarização, permite que todos os professores entreguem os objectivos sem que ninguém seja penalizado, valorizando e premiando a luta dos professores.

7. Suspende de facto a avaliação porque apenas avalia os professores que precisam de ser avaliados para progredir na carreira (não esqueçamos que continuam congelados, injustamente, todos os professores que progridem este ano mas que só o vão ser a posteriori rectroactivamente depois de serem avaliados).

8. É um projecto que tem em conta apenas a Avaliação de Desempenho e não todos os outros DL e DR que precisam urgentemente de ser revogados ou grandemente revistos, como é o caso do Estatuto do Aluno, da Nova Lei de Gestão e do Estatuto da Carreira Docente, contudo. O projecto de lei do CDS visa resolver, para este ano, o impasse provocado pelo decreto regulamentar 2/2008 e pelo decreto regulamentar 1-A/2009 (Simplex2).

9. Para já parece-me prioritário suspender este modelo que não serve de todo e começar-se já a pensar noutro, que pode ser completamente diferente deste.

Claro que falta, falta tudo o que já referi, mas também ninguém disse que a nossa luta acaba com a aprovação do projecto do CDS...

Aprove-se transitoriamente o projecto de lei do CDS que nós cá continuaremos a lutar pela revisão do ECD.

Cristina Ribas

Talvez possamos ajudar o DN e JN a esquecerem a trela e o açaimo...

DN e JN: dois exemplos de como uma linha editorial colada ao Governo e ao PS de Sócrates leva à perda de leitores e de receitas

Não foi com agrado que tomei conhecimento da decisão da Controlinveste, empresa proprietária do DN, JN, 24 Horas, Jogo e TSF, de despedir 122 funcionários. A maior parte dos funcionários despedidos trabalham no JN, no DN e no 24 Horas. Há meses que a crise se avolumava. A linha editorial imposta por João Marcelino, no DN, e por Leite Pereira, no JN, desagrada a milhares de fiéis leitores daqueles dois jornais de referência. A colagem ao Governo é sistemática e revela-se nos editoriais, nas manchetes e nos alinhamentos das notícias. A posição de Leite Pereira e de João Marcelino face à luta dos professores é legítima, mas os 120 mil professores que, há quase dois anos, travam uma dura luta contra o Governo, mereciam um pouco mais de respeito. Nos editoriais de Leite Pereira e João Marcelino, há uma crítica sistemática ao papel que os sindicatos, em particular a FENPROF, têm na luta. Para os dois editorialistas, há pelo menos 120 mil professores que andam a ser manipulados pela FENPROF. Quem está por dentro da luta sabe que isso é falso. São os professores e os movimentos independentes dos professores que têm empurrado os sindicatos para a luta. Mas há mais. Leite Pereira e João Marcelino procuram passar a ideia de que não há alternativa à politica de Sócrates. As propostas que vêm da oposição, em particular do PSD, são sistematicamente apoucadas, quando não ridicularizadas. A Controlinveste tem o direito de ser proprietária de dois grandes e centenários jornais nacionais com editoriais alinhados com o Governo. E os leitores, que já foram fiéis ao DN e ao JN, têm o direito de deixarem de ser fiéis. E é isso que está a acontecer. O despedimento colectivo de 122 funcionários da Controlinveste tem alguma coisa a ver com a linha editorial do DN e do JN. É pena, porque o DN e o JN têm alguns dos melhores jornalistas portugueses. Tenho pena de que, entre os despedidos, não conste Leite Pereira e João Marcelino porque eles têm alguma responsabilidade na perda de receitas dos jornais. Tenho uma relação afectiva com o DN. Fui colaborador do Suplemento de Cultura do DN, durante quase dez anos (entre 1987 e 1996) e coordenei a Página da Educação. É um jornal de referência. Merecia um melhor director.

in Blog ProfAvaliação - post de Ramiro Marques

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Dia 23 de Janeiro abre-se uma nova janela de oportunidade para os partidos suspenderem e simplificarem a Avaliação dos Professores

Para dia 23 de Janeiro está prevista a discussão e votação da proposta do CDS de suspender e simplificar este ano Avaliação dos Docentes. A nós parece-nos uma proposta equilibrada e que permitiria acabar com as guerras por este ano - podem lê-la aqui.

Podem ainda escrever aos colegas que são deputados do PS para que reflictam no que estão a fazer à Escola Pública em Portugal. Nada de choraminguices, de insultos ou de provocações: basta dizer, de modo cordato, os problemas que a avaliação está provocar de facto nas Escolas, as injustiças inerentes à mesma e a nossa vontade inamovível de lutar por aquilo a que temos direito...

Já agora, a lista dos e-mails dos professores deputados do PS:


ajseguro@ps.parlamento.pt;

bravonico@ps.parlamento.pt;

claudia@ps.parlamento.pt;

davidmartins@ps.parlamento.pt;

esmeralda-ramires@ps.parlamento.pt;

fernandocabral@ps.parlamento.pt;

fernandojesus@ps.parlamento.pt;

Valter Lemos regressa no seu melhor. Afirmou, hoje: "a avaliação está a decorrer com normalidade"

Post de Ramiro Marques - Blog ProfAvaliação:


Para Valter Lemos, "foram criadas todas as condições pelo Ministério da Educação" e por isso "não há razão para esta greve", uma vez que "sobre as matérias que os sindicatos quiseram colocar em cima da mesa estão agendadas reuniões negociais".

"Lamentamos que os sindicatos de professores se mantenham com aquele radicalismo e aquela intransigência que têm tido sempre, mas a verdade é que o processo (de avaliação) está a decorrer com normalidade", lamentou.


Comentário

Maria Filomena Mónica traçou-lhe o perfil com perfeição. O mestre em Educação e professor coordenador no topo da carreira do ensino superior, sem nunca se ter submetido a um concurso público para tal, regressa no seu melhor, depois de andar desaparecido durante algumas semanas. O senhor Valter Lemos acha que a aprovação de cerca de 200 moções em assembleias gerais de professores, realizadas quase todas por voto secreto, na semana passada, é sinal de que o processo decorre com normalidade. Jamais na história da educação portuguesa, houve tantas reuniões gerais de professores numa única semana. E ele continua a achar que o processo de avaliação decorre com normalidade. Há dezenas de milhares de professores que recusaram entregar os objectivo individuais e o mestre Lemos considera que o processo de avaliação decorre com normalidade. Pela segunda vez, numa espaço de dois meses, os professores fazem uma greve histórica e o secretário Lemos acha que o processo de avaliação decorre com normalidade. As escolas dirigidas pelos comissários políticos que pertencem ao partido do senhor Lemos estão numa confusão e numa guerra declarada, evidenciando um ambiente de extrema conflitualidade, e o senhor Lemos acha que o processo de avaliação decorre com normalidade.

Enquanto o ME for dirigido por personagens com o estatuto e o perfil de pessoas com MLR, VL e JP não há possibilidade de entendimento entre professores e Governo. Se o senhor José Sócrates estivesse preocupado com a qualidade da educação pública, já teria demitido estes senhores há muito tempo. Como não o faz, terão de ser os eleitores a pô-los na rua daqui a alguns meses.

Foto: Cartaz afixado esta manhã em escola do Porto

Nota: a campanha para envio de e-mails de protesto para os deputados do PS continua. Clique aqui e envie o seu texto para o endereço electrónico dos deputados PS do seu círculo.

His master's voice...

Confap quer regras diferentes em futuras paralisações
Pais exigem serviços mínimos em greves e ameaçam recorrer a tribunais
19.01.2009 - 18h16 Lusa

O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) ameaçou hoje recorrer aos tribunais para que sejam convocados serviços mínimos em futuras greves de professores, de forma a evitar que as escolas encerrem. Albino Almeida frisou não existir nenhuma razão para justificar o fecho de estabelecimentos de ensino, uma vez que o funcionamento não é apenas assegurado por docentes, mas também por funcionários e auxiliares, que não estão em greve.

"A Confap tomará medidas para que serviços como o refeitório e a guarda das crianças continuem a funcionar em futuras greves de professores, nem que para isso tenha de recorrer ao Tribunal Constitucional", afirmou, considerando que é preciso definir, do ponto de vista legal, quais os serviços mínimos que devem ser assegurados no sector da Educação. Para Albino Almeida, ao provocarem o encerramento de escolas, as greves de professores tornam-se "atentatórias dos interesses dos alunos e até dos seus direitos mais elementares, como comer" no refeitório.

"O direito dos professores à greve não pode colidir com o direito dos alunos e das suas famílias. Espero que as organizações sindicais tenham a lucidez de não marcar mais nenhuma greve para este ano lectivo porque a escola pública fica seriamente ameaçada se se continuar por este caminho, de realizar uma greve por mês", afirmou.

Um estabelecimento de ensino pode estar encerrado e não ter 100 por cento de adesão se o conselho executivo considerar que o elevado número de professores em greve não garante condições de segurança para os alunos. No entanto, pode dar-se também a situação contrária, mantendo-se a escola aberta e a funcionar só com auxiliares, estando todos os docentes ausentes.

Os professores voltaram hoje à greve, menos de dois meses depois da última paralisação nacional, a 3 de Dezembro, que contou com uma adesão que atingiu os 94 por cento, segundo os sindicatos, tendo chegado aos 66,7 por cento, de acordo com o ME.

Na última paralisação, cerca de um terço dos estabelecimentos de ensino fecharam portas, um número que não foi ainda divulgado relativamente à greve de hoje, apesar de os sindicatos estimarem uma adesão de 90 por cento. A Plataforma Sindical de Professores assegura que a adesão a esta greve repete os valores históricos registados em Dezembro, mas o Ministério da Educação (ME) acredita que este protesto será "significativamente inferior", não tendo ainda revelado dados oficiais.

in Público - ler notícia

NOTA: A este senhor, cuja pseudo-associação é subsidiada (em outros tempos usava-se outra palavra...) a 93% pelo Ministério da Educação, vale tudo para não pôr o carcanhol em causa (mesmo que depois um Tesoureiro se entusiasme e se engane nas contas da CONFAP em dezenas de milhares de euros...).

A assumpção da Escola a tempo inteiro, gigantesco depósito de crianças (para quando a Escola 24 sobre 24 horas e 7 dias de semana...?) por parte de quem deveria defender os pais a terem direito a estar com os filhos, enoja-me.

Eu sei que escravos a tempo inteiro implicará escolas a tempo inteiro, que a destruição da Escola Pública criará cidadãos de segunda aptos para todo o trabalho e sem queixumes - mas que venha o Pai da Naçom aceitar o jugo e a canga, ao mesmo tempo que ameaça os professores, parece-me um bocadinho demais...

Entrevista a Alice Vieira - Público

Uma entrevista inteligente, interessante e útil:




NOTA:A Ministra da Educação deveria lê-la toda até a conseguir entender...

Ousar NÃO TER MEDO

pub19jan09

(clicar para aumentar)

Vamos ser claros: esta greve é feita num momento complicado a vários níveis para os docentes, já nos limites de alguma resistência psicológica e anímica de quem leva um longo período de ininterrupta resistências a políticas que sucessivas simplificações tornam boas.

A forma como o ME decidiu agir nas últimas semanas, colocando em letra de lei o simplex2 e definindo prazos limite coincidentes com a data desta greve para a calendarização da entrega dos Objectivos Individuais foi de molde a atemorizar muita gente, atemorização essa que passou pelo completo desencontro das declarações feitas pelo SE Pedreira sobre as consequências disciplinares da não entrega dos O.I., pelas instruções sortidas da DGRHE a esse respeito e pela tentativa de, oralmente, alguns(mas) DRE tranquilizarem os órgãos de gestão quanto à desnecessidade de se prepararem para uma vaga de processos disciplinares nas escolas.

Porque essa é uma realidade que nem todos percebem: para as câmaras e os jornais há quem diga uma coisa, que em off, sem hipótese de desmentido formal, é desdito pelos directos subordinados. É, felizmente, uma estratégia bastante inábil, porque é certo e sabido que nem é necessário que a maioria dos professores não entregue os O.I. para que se torne impossível a vida em escolas e agrupamentos onde existissem 20-30-40 ou mais procedimentos disciplinares.

Concretizar isso acarretaria o colapso do sistema de ensino do Estado. Em especial se conduzisse à suspensão dos docentes envolvidos. O SE Pedreira deveria saber tal e nem sequer ter o descuido de aflorar tal possibilidade, porque isso revela alguma irresponsabilidade e apenas incendeia os espíritos.

Por isso mesmo, e sem que tal não entrega configure qualquer moldura de «desobediência civil», chavão sem sentido no mero não cumprimento de um procedimento burocrático de sustentação jurídica duvidosa, é importante que cada um tome a decisão em consciência e sem o atávico medo do poder punitivo do Estado que se julgava que a democracia tinha afastado da sua forma de funcionar.

Aliás, é incompreensível que se ameacem docentes por prescindirem de progredir na carreira, não prejudicando ninguém para além de si, enquanto se cede perante interesses económicos e financeiros manifestamente incompetentes, colocando-lhes nas mãos milhões dos contribuintes.

Demagógico?

Se por demagógico se entende expressar opiniões sinceras com base em factos concretos, então sou um demagogo nato.

E que me venham aí aqueles comentadores residentes tentar convencer que ando a incitar à prática de crimes…

Se calhar foram alguns dos que há anos bateram palmas, ao lado do homem do salto à vara, ao buzinão na 25 de Abril.

Nessa altura o poder já podia cair na rua e as leis não eram para cumprir.


in A Educação do meu Umbigo - post de Paulo Guinote


Medina Carreira sem papas na língua...!

"Isto é uma fantochada"



Medina Carreia comenta a situação do país, a propósito do Magalhães

Programa "Nós Por Cá" - 05.01.2009

Cartoonista em greve

0919a

(c) Antero Valério - Blog anterozóide

GREVE

greve-19jan2

(c) Protesto Gráfico

domingo, 18 de janeiro de 2009

Um País, Dois Sistemas


Nos Açores, o Governo Regional suspendeu a aplicação do modelo de avaliação do desempenho docente.

A Secretária Regional da Educação e Formação mostrou-se sensível aos argumentos do SPRA publicados no Correio dos Açores e no Diário Insular de 08 de Janeiro no sentido de se proceder a uma avaliação simplificada este ano, que passará pela elaboração de apenas um relatório, a realizar pelos docentes.

A menos que a Ministra da Educação continue a entender que os Açores constituem uma realidade nacional perfeitamente desligada do resto do país, esta decisão tomada por um executivo do PS tem repercussões enormes no contexto nacional pela assimetria criada e pela diferenciação de tratamento que implica entre os docentes nacionais.

Entretanto, e a esta luz, o errado despacho com a generalização do Bom que ocorreu na região da Madeira pode começar a ver-se a uma outra luz.

Mas, e isto é o mais importante, o PS suspendeu o modelo de avaliação nos Açores.

Agora resta saber se isto é uma consequência inesperada e desconhecida do novo Estatuto da região e de no continente a suspensão poderá avançar com uma base distrital, para não ser tudo de uma vez.

Que me desculpem os comentadores xibangas, silvas, ferreres e campos, mas entendam-se com os vossos camaradas, colegas, companheiros ou lá o que se chamam uns aos outros. O que não podemos viver é numa realidade alternativa para alguns, pois ainda não somos um estado federado como o Jardim diz desejar.

Aguardo de igual modo a opinião do SE Pedreira e do legitimista Moreira sobre este assunto.


in A Educação do meu Umbigo, post de Paulo Guinote (Telejornal da RTP Açores tirado dos vídeos do Sapo)

Eis um título que peca por defeito

"Dezenas de milhares" vão manter recusa da avaliação
PEDRO SOUSA TAVARES

Escolas. Apesar do Simplex, professores de cerca de 50 estabelecimentos já terão reafirmado a recusa de apresentarem os objectivos individuais de avaliação e os sindicatos acreditam que os números vão disparar para a semana. O Ministério da Educação recusa fazer previsões até terminar o prazo

"Dezenas de milhares" de professores vão recusar a entrega dos objectivos individuais de avaliação, cujo prazo termina no final do mês, defendeu ao DN o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira. O Ministério da Educação, pelo menos para já, não quis fazer projecções sobre o desenrolar do processo.

Em antecipação da greve geral de amanhã, a segunda num mês e meio, a Plataforma tem medido o pulso à "luta" dos professores. E os indicadores estão a animar os sindicatos: "O que nos está a chegar - e até poderia ser surpreendente atendendo ao 'Simplex' da avaliação e às ameaças que têm sido feitas - são as escolas, uma a uma, a retomarem as suspensões."

A Fenprof divulgou já uma lista, que garante não ser exaustiva, com cerca de 50 agrupamentos e secundárias de todo País em que os professores "reafirmaram" a suspensão do processo já depois da entrada em vigor das últimas alterações. E "para a próxima semana, sobretudo na quarta e quinta-feira, estão marcadas muitas reuniões" com esse fim.

"Mesmo que estivéssemos a falar de 100 escolas, seriam logo 10 mil professores", explicou. "Depois, sabemos que há muitas escolas onde, mesmo não tendo sido votada a suspensão, perto de metade dos professores não vão entregar os objectivos individuais. No final, poderão ser 30, 40, 50 mil. Logo se verá."

Processo avança mesmo sem acordo

À luz das últimas regras, a recusa da entrega dos objectivos pelos professores já não pára a avaliação. Além de passarem a receber directamente este documento (sem passar pelo avaliador), os presidentes dos conselhos executivos terão o poder de o definir sozinhos se não houver acordo com o avaliado ao fim de 15 dias.

Em teoria, a recusa dos professores até seria mais prática para as chefias, que poderiam definir objectivos-padrão (inspirando-se no projecto educativo da escola) em vez de analisarem dezenas de processos diferentes. Mas, além de colocar os dirigentes numa posição difícil perante os subordinados, esse cenário manteria a incerteza sobre o sucesso da avaliação na sua fase decisiva no final do ano lectivo, onde a cooperação do professor é indispensável.

Para já, terminam amanhã os prazos para as escolas definirem os novos calendários da avaliação, que à partida terão sido cumpridos sem problemas. Mesmo os 139 presidentes de conselhos executivos que recentemente voltaram a pedir ao ministério para travar o processo, já assumiram que não podem inviabilizar a avaliação aos professores que a desejem.

in DN on-line - ler notícia

Avaliação simplificada e gratificações de gestão

Jacques Monod escreveu, já há muitos anos, um livro brilhante sobre a evolução biológica intitulado "O acaso e a necessidade" que, em termos muito simples, procura demonstrar que foram o acaso, nuns casos, e a necessidade de adaptação às condições do meio, noutros, que determinaram a evolução das espécies.

Lembrei-me disto a propósito da publicação simultânea, com data de 5 de Janeiro, dos decretos regulamentares que estabelecem, respectivamente, os princípios da avaliação simplificada e as gratificações de gestão dos novos directores.
Acaso ou necessidade?

É que nos entretantos da batalha que se avizinha, deixar uns milhares de candidatos a directores e subdirectores a pensar que podem vir a ganhar mais umas centenas de euros - de 600 a 750 para directores e de 310 a 400 para subs - é mais uma medida de acalmia no mar encapelado onde voga a educação.

Dir-se-á que os professores, ou alguns, não se deixam comprar. Mas não é disso que se trata, apenas de reconhecer que para ter bons gestores é preciso pagar-lhes melhor e as gratificações agora aprovadas constituem um bom incentivo. Nada que se compare à banca, é certo, mas...

O novo ano avizinha-se prenhe de desafios e como se diz nos casinos "os dados estão lançados... façam os vossos jogos".

in Campo lavrado - post de José Manuel Silva

Veja as diferenças (para fazer na Sala de Professores durante a Greve)

Recebido via e-email:

À atenção Senhora Ministra da Educação

A propósito do sistema de Ensino da Finlândia, veja, Senhora Ministra, se consegue perceber as 9 diferenças:

1. Na Finlândia as turmas têm 12 alunos;

2. Na Finlândia há auxiliares de accção educativa acompanhando constantemente os professores e educandos;

3. Na Finlândia, os pais são estimulados a educar as crianças no intuito de respeitarem a Escola e os Professores;

4. Na Filândia os professores têm tempo para preparar aulas e são profissionais altamente respeitados.

5. Na Finlândia as aulas terminam às 3 da tarde e os alunos vão para casa brincar, estudar, usufruir do seu tempo livre;

6. Na Finlândia o ensino é totalmente gratuito inclusivamente os LIVROS, CADERNOS E OUTRO MATERIAL ESCOLAR;

7. Na Finlândia todas as turmas QUE TÊM ALUNOS com necessidades educativas especiais, têm na sala de aula um professor especializado a acompanhar o aluno que necessita de apoio;

8 . Na Finlândia não há professores avaliadores, professores avaliados nem Inspectores.!!!!!

9. Na Finlândia não há professores de primeira e de segunda;

Conseguiu perceber as diferenças???
Pois é...