domingo, 8 de junho de 2008

Valter Lemos dixit...

Secretário de Estado nega que ministério tenha estabelecido limites
Valter Lemos garante que todas as crianças que necessitem terão apoio especial
07.06.2008 - 15h04 Lusa

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, garantiu hoje que todas as crianças com necessidades especiais terão apoios, negando que o Ministério da Educação tenha estabelecido metas para o número de alunos a apoiar.

"Não há metas. Todas as crianças que estiverem sinalizadas nos apoios educativos terão apoio. O que interessa é o apoio que cada criança precisa relativamente à sua dificuldade e não o número total de crianças apoiadas. Serão todas as que precisarem de apoio", disse Valter Lemos.

O secretário de Estado da Educação falava aos jornalistas à margem de um encontro internacional sobre educação especial que juntou hoje em Lisboa 1700 especialistas, professores e técnicos portugueses e estrangeiros desta área.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) estimou ontem que cerca de 60 por cento dos alunos com necessidades especiais deixarão de ter apoio já no próximo ano lectivo, na sequência das alterações legislativas introduzidas pelo Governo.

Classificação internacional

No âmbito da reforma da Educação Especial, publicada em Janeiro, as crianças e jovens com direito a apoio passam a ser sinalizadas através da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), um instrumento da Organização Mundial de Saúde que tem levantado polémica.

Escusando-se a avançar quantos serão os alunos que contarão com apoios após a aplicação dos critérios de sinalização da CIF, Valter Lemos sublinhou que a CIF vem dar "maior consistência" à definição dos apoios para as crianças, lembrando que não existia em Portugal qualquer instrumento do género. O que, segundo o secretário de Estado, levava a situações como ter um professor de língua gestual numa turma de alunos só porque eram de etnia cigana.

Dados do Ministério da Educação dão conta da existência de 49.877 alunos sinalizados nas escolas de ensino regular como tendo necessidades especiais, prevendo-se que após a aplicação da CIF o número de alunos sinalizados se situe nos 23 mil. Durante a sua intervenção na sessão de abertura do encontro, o secretário de Estado lembrou a reforma que está a ser feita na educação especial, com medidas como a criação de quadros de educação especial nos agrupamentos e de estruturas de referência.

Valter Lemos manifestou ainda a convicção de que em 2013 haverá em Portugal "uma verdadeira escola inclusiva", uma afirmação que provocou uma gargalhada na plateia, constituída maioritariamente por docentes de educação especial. Aos jornalistas, Valter Lemos disse compreender a reacção dos professores, afirmando que ela é justificada pela história de falta de consistência nas reformas da educação em Portugal. "É a incredulidade normal de um país que se habituou a não ser consistente nas opções que faz. Percebo perfeitamente a reacção dos professores, percebo que haja alguma incredulidade quando se está habituado a tanta inconsistência", disse, e acrescentou que revela "desconfiança em relação à história das reformas da educação em Portugal" e não às políticas deste Governo.


in Público - ler notícia

1 comentário:

Ferreira, Luís Manuel Silva disse...

A escola inclusiva já deveria ser há muitos anos, não é só em 2013, isto quer dizer que até lá é uma escola exclusiva.
Estes governos não defendem verdadeiramente a escola pública, aliás, já existem partidos em Portugal (PSD e PP) que desejam reforçar a escola privada e passar recursos da escola pública para a escola privada. Aí é que a escola exclusiva se irá acentuar.
Se visitarem o meu blog - http://daescritaaleitura.blogspot.com tenho lá um artigo sobre os professores e a escola pública que muitos querem destruir.
Sempre gostei de escrever, por isso, nesta altura foi-me possível começar a publicar livros, o primeiro de contos e o segundo uma novela, o terceiro será de novo de contos e os dois seguintes serão romances.
O primeiro livro é: A vida e os horizontes da mudança - livro com treze contos cujas temáticas são todas da fase contemporânea e.
O segundo livro já publicado é: Os doze rapazes - uma novela, precedida por um pequeno prefácio, os quais poderão servir de reflexão sobre assuntos actuais no ensino como a indisciplina, a avaliação dos professores, o Estatuto da Carreira Docente, o vilipendiar ferozmente os professores.
Um docente desempregado deixou tudo e foi para muito longe dar aulas, lá foi muito mal tratado pelo Presidente do Conselho Executivo, pela população e pelos alunos, sobretudo por uma turma de doze rapazes repetentes que faziam mil e uma atrocidades na sala de aula.
Cada vez é mais difícil ser professor e agora que o ME burocratizou a carreira e os colocou debaixo de fogo, pior tentou colocar o povo português contra aos professores. Porém a sociedade e o próprio Estado (todos nós) irão reconhecer a importância dos docentes, mesmo apesar de em Portugal infelizmente não se valorizar muito a cultura e a educação.
Este livro é dedicado aos professores, tal como o anterior é dedicado aos trabalhadores Os meus livros não visam o protagonismo pessoal, eles servem para ajudar a passar os tempos-livres das pessoas e ajudar a população a reflectir sobre o mundo em que vivemos, apesar de ser literatura e, por isso, não ser nada de real.
Para já, os livros estão apenas à venda na loja online da Ecopy www.macalfa.pt/ecopy - livrarias Leitura e lojas Ecopy no Porto, Byblos e Apolo 70 em Lisboa, Americana (para a semana) em Leiria e Infante no Funchal.
Eu também vendo pessoalmente ou à cobrança.
Mais informações sobre mim e os meus livros em: www.osdozerapazes.page.vu - www.daescritaaleitura.blogspot.com - www.falandodalingua.blogspot.com
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Luís Ferreira