Tirando ideias daqui e dali (com especial enfoque no texto de uma escola de Coimbra - Martim de Freitas) um grupo de docentes de uma Escola de Leiria irá distribuir o seguinte texto:
Exm(os) Srs. Encarregados de Educação:
Ao fim de três anos de sucessivos atropelos às nossas condições de trabalho e de uma atitude sistemática de menorização e desrespeito pelos Docentes por parte desta equipa ministerial, chegou o momento de dizer BASTA!
Porque há momentos em que trabalhar, de qualquer forma e a qualquer preço, é mais indigno do que parar, hoje fazemos greve por nós, por vós e pelos Vossos filhos. Esta greve não é para obter aumentos (e que gostaríamos muito de ter, pois há 8 anos que o salário aumenta menos do que a inflação) ou para reivindicar mundos e fundos, é apenas para mostrar a nossa revolta e indignação!
Assim, exigimos:
- a revogação deste Estatuto da Carreira Docente, aprovado apenas pela maioria parlamentar que suporta este governo, numa lógica meramente economicista e que agrava seriamente as nossas condições de trabalho, divide a carreira docente, artificialmente, em professores titulares e professores não titulares num concurso ferido de ilegalidades e injustiças insanáveis, cria uma prova de ingresso na carreira sem sentido, e impede dois terços dos professores de atingir o topo da carreira, independentemente do seu mérito profissional.
- a suspensão imediata deste modelo de avaliação que é inexequível, injusto, pouco transparente e extremamente burocratizante, que nos está já a roubar tempo precioso para a preparação das nossas aulas. O regime simplificado que o governo agora nos propõe é, apenas, um regime de excepção para este ano lectivo, pois aplicar-se-á na íntegra no próximo ano, ou seja, a responsabilização dos professores pelo abandono escolar e a avaliação do professor baseado no desempenho escolar dos seus alunos mantém-se.
- horários condignos de trabalho que evitem jornadas de trabalho contínuo de doze horas na escola, acrescidas do trabalho que o professor inevitavelmente tem de realizar em casa e que é menorizado e esquecido por todos.
- acesso a formação gratuita e de qualidade na nossa área de docência, a que somos obrigados por lei, e que estamos, muitas vezes, a pagar do nosso bolso.
- um modelo de gestão democrático das escolas oposto ao modelo do Director omnipotente, proposto pelo ME, pois só com democracia se poderá ensinar pelo exemplo a Democracia aos nossos alunos.
- mais recursos humanos nas escolas (professores, auxiliares e técnicos especializados) para podermos prestar um auxílio real aos nossos alunos com mais dificuldades, sobretudo todos os que necessitem de Educação Especial, para cumprir efectivamente o desígnio da Escola Inclusiva.
- turmas mais pequenas, para garantir um ensino de qualidade e mais individualizado.
Em defesa da Escola Pública!
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