Maria de Lurdes Rodrigues alega que não existem contrapropostas
Oposição acusa de "absurda" nova proposta da ministra da Educação
04.12.2008 - 21h03 Lusa
A oposição opôs-se à decisão da ministra da Educação, alegando ser absurdo permitir mudar e até substituir o modelo de educação e ao mesmo tempo exigir a sua aplicação instantânea.
Numa audição de urgência pedida pelo Bloco de Esquerda (BE), Maria de Lurdes Rodrigues acedeu a rever, corrigir e até “substituir” o modelo proposto, mas apenas no próximo ano e se o modelo for aplicado já. A ministra alegou que só ao concretizar o processo se podem identificar mais dificuldades e melhorá-lo.
A bancada de oposição reagiu em peso contra esta proposta da ministra. "Como pode defender este modelo com unhas e dentes e, ao mesmo tempo, afiançar que está disponível para o substituir? A ministra quer uma coisa e o seu contrário", acusou a deputada bloquista Cecília Honório.
Para o BE, manter um regime de avaliação que o próprio Ministério admite agora vir a substituir no próximo ano é apenas "um jogo de sedução por causa das eleições" de 2009, constituindo para Maria de Lurdes Rodrigues uma "perda de face política".
Apesar de considerar que Maria de Lurdes Rodrigues mostrou neste debate parlamentar uma "postura diferente e de maior humildade", que classificou como uma mudança apenas motivada por "marketing político", também o social-democrata Pedro Duarte disse ser contraditória a proposta feita hoje pela responsável da Educação.
"Das duas, uma: ou não abdica do seu modelo, aceita as consequências [da contestação] e está no seu direito, ou está aberta a ouvir propostas e alternativas, mas não pode impor condições prévias à negociação", afirmou o deputado do PSD, referindo-se ao facto de a ministra condicionar uma eventual revisão ou até substituição deste modelo à sua aplicação este ano lectivo.
"Verdadeiramente absurdo" foi igualmente a forma como o CDS-PP classificou o discurso de hoje da ministra no Parlamento, acusando o Governo de "pôr em causa a formação dos alunos", ao ignorar os protestos dos professores.
Na resposta, Maria de Lurdes Rodrigues devolveu as críticas à oposição, acusando os partidos de não apresentarem propostas alternativas para a avaliação de desempenho dos docentes, mas apenas "discursos abstractos" que não se traduzem em modelo nenhum.
"São muitas as acusações de intransigência, mas perante uma oportunidade real de diálogo e de debate de propostas, nada têm em cima da mesa", criticou, considerando que as bancadas da oposição acusam o Governo de inflexibilidade quando o executivo mostra disponibilidade para negociar e melhorar.
Já à saída do debate, Maria de Lurdes Rodrigues especificou o anúncio que tinha feito no hemiciclo, alegando que ele apenas significa que o Ministério vai cumprir o memorando de entendimento assinado em Abril com os sindicatos, documento que previa o início de negociações e uma eventual revisão do modelo de avaliação em Junho e Julho do próximo ano.
"Disse que estou totalmente disponível para analisar os resultados da aplicação do modelo, ver se há necessidade ou não de o rever, de o corrigir e hoje até fui mais longe, dizendo de o substituir como prova de que não tenho preconceitos em relação a modelos de avaliação", explicou. A ministra defendeu que era necessário "haver mecanismos de acompanhamento [deste processo] e disponibilidade para fazer ajustamentos".
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Oposição acusa de "absurda" nova proposta da ministra da Educação
04.12.2008 - 21h03 Lusa
A oposição opôs-se à decisão da ministra da Educação, alegando ser absurdo permitir mudar e até substituir o modelo de educação e ao mesmo tempo exigir a sua aplicação instantânea.
Numa audição de urgência pedida pelo Bloco de Esquerda (BE), Maria de Lurdes Rodrigues acedeu a rever, corrigir e até “substituir” o modelo proposto, mas apenas no próximo ano e se o modelo for aplicado já. A ministra alegou que só ao concretizar o processo se podem identificar mais dificuldades e melhorá-lo.
A bancada de oposição reagiu em peso contra esta proposta da ministra. "Como pode defender este modelo com unhas e dentes e, ao mesmo tempo, afiançar que está disponível para o substituir? A ministra quer uma coisa e o seu contrário", acusou a deputada bloquista Cecília Honório.
Para o BE, manter um regime de avaliação que o próprio Ministério admite agora vir a substituir no próximo ano é apenas "um jogo de sedução por causa das eleições" de 2009, constituindo para Maria de Lurdes Rodrigues uma "perda de face política".
Apesar de considerar que Maria de Lurdes Rodrigues mostrou neste debate parlamentar uma "postura diferente e de maior humildade", que classificou como uma mudança apenas motivada por "marketing político", também o social-democrata Pedro Duarte disse ser contraditória a proposta feita hoje pela responsável da Educação.
"Das duas, uma: ou não abdica do seu modelo, aceita as consequências [da contestação] e está no seu direito, ou está aberta a ouvir propostas e alternativas, mas não pode impor condições prévias à negociação", afirmou o deputado do PSD, referindo-se ao facto de a ministra condicionar uma eventual revisão ou até substituição deste modelo à sua aplicação este ano lectivo.
"Verdadeiramente absurdo" foi igualmente a forma como o CDS-PP classificou o discurso de hoje da ministra no Parlamento, acusando o Governo de "pôr em causa a formação dos alunos", ao ignorar os protestos dos professores.
Na resposta, Maria de Lurdes Rodrigues devolveu as críticas à oposição, acusando os partidos de não apresentarem propostas alternativas para a avaliação de desempenho dos docentes, mas apenas "discursos abstractos" que não se traduzem em modelo nenhum.
"São muitas as acusações de intransigência, mas perante uma oportunidade real de diálogo e de debate de propostas, nada têm em cima da mesa", criticou, considerando que as bancadas da oposição acusam o Governo de inflexibilidade quando o executivo mostra disponibilidade para negociar e melhorar.
Já à saída do debate, Maria de Lurdes Rodrigues especificou o anúncio que tinha feito no hemiciclo, alegando que ele apenas significa que o Ministério vai cumprir o memorando de entendimento assinado em Abril com os sindicatos, documento que previa o início de negociações e uma eventual revisão do modelo de avaliação em Junho e Julho do próximo ano.
"Disse que estou totalmente disponível para analisar os resultados da aplicação do modelo, ver se há necessidade ou não de o rever, de o corrigir e hoje até fui mais longe, dizendo de o substituir como prova de que não tenho preconceitos em relação a modelos de avaliação", explicou. A ministra defendeu que era necessário "haver mecanismos de acompanhamento [deste processo] e disponibilidade para fazer ajustamentos".
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