quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

As confusões do costume e o contributo de José Sócrates

Actualização - garantia dada aos deputados do PS
José Sócrates: avaliação de professores é para manter
09.12.2008 - 21h52 Isabel Leiria, com Leonete Botelho e Sofia Rodrigues

O primeiro-ministro, José Sócrates, garantiu esta tarde aos deputados do Partido Socialista (PS) que não vai haver qualquer alteração no modelo de avaliação dos professores.

Numa reunião na Assembleia da República com o grupo parlamentar socialista, José Sócrates ouviu protestos de alguns deputados que estão contra este modelo de avaliação, mas assegurou que a reforma na Educação é para continuar.

Uma garantia dada no dia em que o Ministério da Educação (ME) convocou as 11 organizações da plataforma sindical dos professores para uma reunião a realizar quinta-feira, antecipando assim o encontro agendado na passada semana para dia 15. Em comunicado, o ME explica que a desconvocação das greves regionais, previstas para esta semana, permite que a reunião se realize mais cedo e que os sindicatos apresentem desde já “as suas propostas sobre o processo de avaliação”.

Ao final da tarde, o ministério chegou a anunciar que tinha convocado o encontro para amanhã. Cerca de uma hora depois, emitiu nova nota, informando que a reunião iria afinal acontecer na quinta-feira, por “solicitação das associações sindicais”. O encontro será nas instalações do Conselho Nacional de Educação, em Lisboa. Foi também aí que, em Abril, e após de uma maratona negocial de dezenas de horas, a plataforma sindical e o ME chegaram a um entendimento sobre a simplificação da avaliação para o passado ano lectivo.

Depois de meses de conflito, ambas as partes acordaram na semana passada voltar a sentar-se à mesa das negociações para falar de “tudo”, incluindo do Estatuto da Carreira Docente. A equipa ministerial também já disse estar disposta a rever, ou até mesmo substituir, o modelo de avaliação por outro, mas apenas em 2009. Já os sindicatos deixaram cair a exigência da suspensão do processo para voltarem a negociar com a tutela. Mas querem que o actual modelo seja substituído.

Várias escolas estão já a pedir aos professores que digam se querem ou não ser avaliados na sua componente científico-pedagógica, através da observação de aulas. Esta é apenas uma das iniciativas do ME criticada pelos sindicatos e por professores, a par das informações que têm sido enviadas pela Direcção-Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE) e direcções regionais de Educação para os e-mails dos docentes, a propósito da avaliação. A mais recente é uma nota da DGRHE aos presidentes dos conselhos executivos lembrando que “aos órgãos de direcção cabe cumprir e fazer cumprir a legalidade nas escolas”, pelo que devem “adoptar todas as providências necessárias ao normal desenvolvimento do processo de avaliação de desempenho e desmentir informações que dêem como suspenso o processo na escola que dirigem”.

in Público - ler notícia

1 comentário:

psergio57 disse...

Numa altura em que se anuncia a recessão económica no País, esta atoarda do 'engenheiro' PS parece querer funcionar como 'fait divers', com o intuito de precipitar uma crise política e induzir na reacção dos professores e da Plataforma um registo igualmente radical.

Subscrevo ainda as seguintes perguntas : '(...)Será que o PS já considera eleitoralmente perdidos os professores - a maioria dos quais o apoiou em 2OO8? Será que o Governo vai mais uma vez tentar virar os pais contra os professores, tentando compensar aí aquela perda eleitoral? Mas será que o PS se esqueceu que pais e encarregados de educação não são parvos e - muitos deles - são também professores? Será que a cegueira política se instalou definitivamente no Largo do Rato?' Honório Novo JN 08/12/08.

Sócrates dá o tudo por tudo nesta questão, mas palpita-me que não é para o lado dos professores que esta corda esticada vai quebrar...Para além da mobilização dos professores nesta questão, por muito voluntarista e demagogo que seja o PM não foi suficientemente calculista; a recessão já aí está e com ela lá se vão as maiorias absolutas...