sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Eu faço greve porque...

Recebido via e-mail, com os nossos agradecimentos à Ana Lopes (ECM):


NÃO CONCORDO COM:

- O NOVO ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE;
- A DIVISÃO DA CARREIRA EM TITULARES E NÃO TITULARES;
- O NOVO MODELO DE GESTÃO;
- ESTE MODELO DE AVALIAÇÃO QUE LHES ASSENTA QUE NEM UMA CEREJINHA!

ALÉM DISSO EU FAÇO GREVE PORQUE:

…é, e sempre foi, a forma de luta que mais visibilidade dá às minhas reivindicações!
…quero mostrar que não concordo com SIMPLEX’s alguns! – Se algo não serve por inteiro para alguma coisa, metade não serve de certeza para NADA!
…quero ter a certeza de que o meu número consta do lado dos que lutam.
…incomoda-me a falta de clareza, de honestidade…incomoda-me o cinismo e a mentira!
…incomoda-me o desrespeito, a arbitrariedade e a falta de democraticidade.
…incomoda-me o “NÓS” passarmos a ser o “TU” e o “EU”, onde para trabalho igual não há reconhecimento igual.

…incomoda-me pensar que, se não fizer greve, outros vão sacrificar-se para alcançar direitos de que eu também vou usufruir.

Razões que se invocam por aí:

- As greves não devem ser à 2ª nem à 6ª feira!
PORQUÊ? Neste momento NINGUÉM ESTÁ INTERESSADO NO DIA DA SEMANA! Não me interessa se a greve é à 2ª feira, à 3ªf ou à 6ª feira – se não servir para incomodar e prejudicar também não atinjo os meus objectivos de LUTA.
AINDA BEM QUE SE FALA DELA, mesmo que seja por essas razões!

- Já não acredito em greves!
A história ensina-nos alguma coisa ou não? Foi através das greves que se conseguiram dar grandes passos nos direitos que temos hoje em Democracia...
NÃO ESQUEÇAMOS - foi na greve aos exames, em 2005, que mostrámos como nós, professores, éramos uma classe fraca, descaracterizada e mais dividida do que somos hoje com titulares e professores. (Que medo das faltas injustificadas e dos processos disciplinares!!! – ainda estou à espera…). Não nos arrependemos nós de não ter iniciado a LUTA nessa altura?
Foi na greve de Dezembro que o Ministério estremeceu e “simplificou” o modelo de avaliação (embora não o tivesse revogado) e só tem estremecido porque temos continuado a mostrar ao país e ao governo a nossa união através das greves e das manifestações.
Estamos em vésperas de eleições e eu não vou deixar “a seara entregue em mão alheia” - TEMOS DE CONTINUAR A MOSTRAR UNIÃO, nem que seja só por isso, ESTA GREVE TEM DE SER IGUAL OU MAIOR DO QUE A DE DEZEMBRO, sob pena de voltarmos a dar “as armas ao inimigo”.
(Nem quero pensar que umas centenas de camionistas no país conseguem alcançar mais lucros do que nós!)

- Não posso prescindir do dinheiro da greve!
E os outros podem? Não é o Mundo, a Europa e o País inteiro que estão em recessão?
Ainda temos emprego e ensinamos os filhos de muitos que não o têm. E temos alunos que não têm comida, nem bens essenciais em casa.
Não estará na hora de equacionarmos se esse dinheiro, que a todos faz falta, não pode ser disponibilizado duns “apertos” que todos temos de fazer – Este ano, nem sequer vou aos saldos!
Talvez este esforço se traduza numa FORÇA SUPERIOR e que futuramente nos traga uns ganhos. É incerto, pois é! Mas certo, certo é que se não nos mostrarmos com garras e dentes agora, não sei se tão cedo iremos ter outra oportunidade e a geração futura declarar-nos-á:

- CULPADOS!

1 comentário:

João Soares disse...

Colegas
Organizem-se, juntem-se e no dia 19,dirijam-se a meio da manhã para o centro das vossas cidades e vivam a nossa presença e a vossa cidade, mas em silêncio.
9. Os membros dos órgãos de gestão podem aderir à Greve não comparecendo na escola?- SIM! A forma de aderir à Greve por parte dos membros dos órgãos de gestão é a mesma que foi referida para qualquer outro docente.
Dirijo-me aos indecisos, dirijo-me aos conformados, dirijo-me aos que Acreditam!!!
Hoje, sábado e domingo. Reflictam um pouco mais...creio que é uma chance única.
É chegada a hora!!! Não deixem de sonhar...
Colegas: vamos aceitar a divisão da carreira...uma avaliação com base nas quotas?
O silêncio por vezes é intenso e reactivo, tão duro ou mais que o aço da humilhação a que jamais temos assistido em toda a nossa vivência enquanto professores.
Como a Marcha do Sal de Gandhi...agora faríamos a marcha do Silêncio. Não percam a Esperança e vamos para a rua, mostrar a nossa indignação. Divulguem por TODOS os professores!