domingo, 25 de maio de 2008

Chumbar é retrógrado?

Citemos, com a devida vénia, este post do Blog De Rerum Natura, de 15.05.2008, que transcreve texto de um ilustre senhor publicado num jornal diário nacional de referência:


Sobre o "fim dos chumbos", transcrevemos excerto de um texto de opinião de Santana Castilho publicado no "Público" de ontem:

"A propósito da recente conferência internacional sobre o ensino da Matemática, ocorrida em Lisboa no quadro do PAM (Plano de Acção para a Matemática), a inefável ministra veio dizer que o insucesso escolar custa ao Estado 600 milhões de euros. Mas não disse como chegou a esse número. Tendo por referência os 7093,8 milhões de euros que constituem a totalidade da dotação do seu ministério, dificilmente se aceita tal valor como razoável. Mas lá que serve para defender o fim dos chumbos (não me admirarei se o vir decretado a breve trecho) serve. Da torrente de declarações públicas em que a ministra tem sido pródiga após o "entendimento", duas são autênticas pérolas: "facilitismo é chumbar, rigor e exigência é trabalho" e "os chumbos são um mecanismo retrógrado, antigo". Subjacente a esta demagogia está, mais uma vez, uma acusação implícita aos professores que chumbam os seus alunos. Qual é o modernismo que a ministra opõe ao que qualifica de retrógrado e antigo? Entendamo-nos: a missão da escola é ensinar a todos os alunos que a demandam aquilo que está previsto. Mas a sua responsabilidade também é certificar, para utilização da sociedade, o conhecimento que os jovens aí adquirem. Dizer que o possuem sem o terem é uma fraude. Ora o discurso demagógico e pouco claro da ministra, a este propósito, parece fazer a apologia dessa fraude. O problema de gestão educacional com que nos confrontamos é o de saber como fazer para que cresça o número dos que realmente aprendem o que é suposto aprender e não abolir os chumbos, por serem retrógrados. Muito do que politicamente este Governo tem decidido não se orientou para a maior e melhor aprendizagem dos alunos."

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