PS já não acredita na maioria absoluta
Educação. O número dois do PS, António Costa, verbalizou publicamente o que já parece ser uma certeza entre os dirigentes socialistas: a crise na Educação é um tiro de morte na base eleitoral que deu a maioria ao PS. Ninguém, para já, vai ao ponto, no entanto, de pôr em causa o lugar da ministra
Sócrates tenta desvalorizar efeitos eleitorais
António Costa, número dois do PS e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, verbalizou na Quadratura do Círculo (SIC-Notícias), um sentimento que se tornou dominante nas cúpulas do partido: com a ruptura entre os professores e o Governo, a maioria absoluta tornou-se uma miragem. "Parte importante do eleitorado do PS está numa ruptura afectiva com o PS e com o Governo, a propósito da questão dos professores. Isso é um dado indiscutível", afirmou.
Logo de seguida, interpelado pelo moderador do programa, admitiu que essa "ruptura afectiva" "poderá" custar o meio milhão de votos que deu em 2005 a maioria absoluta ao PS. A afirmação embaraçou a direcção. Ontem, Sócrates tentou desvalorizar: "Não estamos a pensar nos votos e nas consequências eleitorais quando definimos a avaliação dos professores."
Embora sob a condição do anonimato - o momento é delicado - alguns dirigentes contactados pelo DN nos últimos dias partilharam as preocupações verbalizadas por António Costa. Vai-se sugerindo o mesmo que o número dois do PS sugeriu na Quadratura do Círculo: que a avaliação dos professores seja redesenhada de modo a retirar as professores o argumento de que perdem mais tempo com burocracia do que a dar aulas.
A constatação dos efeitos desta crise, a prazo, nos projectos eleitorais do PS, não leva porém ninguém afecto à direcção do partido a exigir a cabeça da ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Pelo contrário: é argumentado que uma sua substituição não teria efeito nenhum a acalmar os professores; e verifica-se que, pelo menos por enquanto, a ministra parece continuar a ter apoio do Presidente da República. Foi precisamente a posição do Presidente da República que se tornou no elemento decisivo que fez cair um outro ministro muito contestado, Correia da Campos.
A sua actuação foi alvo de críticas explícitas de Cavaco Silva na mensagem de Ano Novo e, poucas semanas depois, o ministro da Saúde era removido, dando lugar a Ana Jorge. Até agora Maria de Lurdes Rodrigues ainda não foi alvo de nenhuma crítica do Presidente.
Nas hostes socialistas, outros três ministros suscitam preocupações: Ana Jorge (Saúde), Manuel Pinho (Economia) e Nuno Severiano Teixeira (Defesa). A ministra revelou-se esta semana incapaz de explicar no Parlamento, com a celeridade que se lhe exigia, os números da dívida do SNS e isso irritou muitos deputados, inclusivamente do PS.
No caso do ministro Manuel Pinho, o problema são as suas "relações perigosas" com o presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião. Quanto à Defesa, contestam-se os atrasos na redefinição das carreiras e os cortes nos complementos de pensão que abrangerão cerca de 300 mil antigos combatentes.
in DN on-line - ler notícia
Educação. O número dois do PS, António Costa, verbalizou publicamente o que já parece ser uma certeza entre os dirigentes socialistas: a crise na Educação é um tiro de morte na base eleitoral que deu a maioria ao PS. Ninguém, para já, vai ao ponto, no entanto, de pôr em causa o lugar da ministra
Sócrates tenta desvalorizar efeitos eleitorais
António Costa, número dois do PS e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, verbalizou na Quadratura do Círculo (SIC-Notícias), um sentimento que se tornou dominante nas cúpulas do partido: com a ruptura entre os professores e o Governo, a maioria absoluta tornou-se uma miragem. "Parte importante do eleitorado do PS está numa ruptura afectiva com o PS e com o Governo, a propósito da questão dos professores. Isso é um dado indiscutível", afirmou.
Logo de seguida, interpelado pelo moderador do programa, admitiu que essa "ruptura afectiva" "poderá" custar o meio milhão de votos que deu em 2005 a maioria absoluta ao PS. A afirmação embaraçou a direcção. Ontem, Sócrates tentou desvalorizar: "Não estamos a pensar nos votos e nas consequências eleitorais quando definimos a avaliação dos professores."
Embora sob a condição do anonimato - o momento é delicado - alguns dirigentes contactados pelo DN nos últimos dias partilharam as preocupações verbalizadas por António Costa. Vai-se sugerindo o mesmo que o número dois do PS sugeriu na Quadratura do Círculo: que a avaliação dos professores seja redesenhada de modo a retirar as professores o argumento de que perdem mais tempo com burocracia do que a dar aulas.
A constatação dos efeitos desta crise, a prazo, nos projectos eleitorais do PS, não leva porém ninguém afecto à direcção do partido a exigir a cabeça da ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Pelo contrário: é argumentado que uma sua substituição não teria efeito nenhum a acalmar os professores; e verifica-se que, pelo menos por enquanto, a ministra parece continuar a ter apoio do Presidente da República. Foi precisamente a posição do Presidente da República que se tornou no elemento decisivo que fez cair um outro ministro muito contestado, Correia da Campos.
A sua actuação foi alvo de críticas explícitas de Cavaco Silva na mensagem de Ano Novo e, poucas semanas depois, o ministro da Saúde era removido, dando lugar a Ana Jorge. Até agora Maria de Lurdes Rodrigues ainda não foi alvo de nenhuma crítica do Presidente.
Nas hostes socialistas, outros três ministros suscitam preocupações: Ana Jorge (Saúde), Manuel Pinho (Economia) e Nuno Severiano Teixeira (Defesa). A ministra revelou-se esta semana incapaz de explicar no Parlamento, com a celeridade que se lhe exigia, os números da dívida do SNS e isso irritou muitos deputados, inclusivamente do PS.
No caso do ministro Manuel Pinho, o problema são as suas "relações perigosas" com o presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião. Quanto à Defesa, contestam-se os atrasos na redefinição das carreiras e os cortes nos complementos de pensão que abrangerão cerca de 300 mil antigos combatentes.
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