Antes de chegar a casa fui ouvindo notícias que apontavam para uma SIMPLIFICAÇÃO do processo de avaliação dos professores. Tais medidas teriam sido tomadas num Conselho de Ministros extraordinário.
Quando cheguei a casa fui fazer uma rápida leitura dos jornais on-line... onde encontrei, por exemplo, este artigo.
Leio... e sorrio. Afinal é complicado. Afinal é burocrático. Afinal obriga os professores a muitas horas de trabalho, para além das 35 que, como funcionários públicos, têm de prestar. Afinal havia problemas. Afinal os professores não andavam a inventá-los. Afinal... quando se lê que a "observação das aulas deixa de ser obrigatória", está aqui a prova de que nunca esteve em questão a competência dos professores e a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, mas apenas a sua "seriação" e "afunilamento na carreira".
Esta é a SEGUNDA simplificação do modelo. Ora... se já por DUAS vezes o Governo se vê obrigado a simplificar, é porque reconhece que não é possível aplicá-lo tal como está previsto e legislado no Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro.
Conclusão que até um menino de 10 anos tira: essa Lei não serve... o modelo de avaliação NÃO SERVE! Se não serve... só tem de ser suspenso... revogado!...
Mas atenção: o principal problema está no Estatuto da Carreira Docente, que criou a divisão artificial da carreira. E aí é que tem de se centrar a luta dos professores!
O mais irónico é que a Ministra da Educação inventou um sistema de selecção dos actuais avaliadores APENAS pelo que fizeram (e nem sequer importava se fizeram bem ou mal) nos seus últimos 7 anos de serviço... ou seja, não utilizou nenhum critério de excelência que agora tanto defende e quer implementar.
Mais: apenas deixou concorrer quem estava num determinado escalão, onde se chegou por "tempo de serviço", tempo esse que, segundo o Primeiro Ministro e a Ministra da Educação, "nunca foi avaliado" (têm dito que nos últimos 30 anos não houve avaliação de professores, certo?). Para quem ainda não percebeu: o critério de acesso ao concurso a professor titular foi o tempo de serviço alcançado num sistema de progressão "automática e sem avaliação". Mas é a esses que agora se entrega a MISSÃO de avaliarem "os outros", num sistema que APENAS quer considerar a EXCELÊNCIA E O DESEMPENHO e não o "tempo de serviço"!
É incompreensível a lógica adjacente, é processualmente ridículo e contraditório... e é insustentável a sua defesa, para quem seja minimamente honesto, intelectualmente falando!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Mais uma simplificação
Do Blog Mais do mesmo publicamos o seguinte post:
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1 comentário:
Não há necessidade de avaliar professores.
Não acreditam?
Ler, em "Fim à avaliação, sim à Seriação".
http://ocontradito.blogspot.com/2008/11/fim-avaliao-sim-seriao.html
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