Caros colegas:
No passado dia 5, na reunião do Conselho Pedagógico da Escola Secundária de Casquilhos (do qual faço parte) este decidiu, POR UNANIMIDADE, "suspender a aplicação do decreto regulamentar 2/2008 (o da avaliação), aguardando a decisão dos tribunais relativamente às providências cautelares interpostas". É interessante notar que a reunião começou com uma proposta "conciliatória" (i.e., querendo cumprir com as orientações do ME por um lado mas da maneira mais "correcta" possível e dando o máximo de margem de manobra aos profs. da escola). Ela propunha que se fizesse "apenas" a avaliação dos colegas contratados (note-se que o ME tem tentado fazer essa manobra, afirmando que os contratados "têm" que ser avaliados até ao final do seu contrato). Mas quando alguém perguntou, inocentemente... "qual é o benefício que os contratados vão retirar disso? Será que vão ser reconduzidos automaticamente, ou ter preferência nas colocações?" - e se percebeu que, de facto, os colegas, avaliados ou não, vão ficar tal como estavam, i.e, sem garantias nenhumas de nada, sem vinculação e continuando super-precários, começámos também a ver que se está a tentar fazer dos contratados "cobaias"... Afinal eles não são professores como os outros? Se forem avaliados, isso não é abrir a porta a que os outros o sejam logo a seguir?A discussão que se seguiu posso dizer-vos que foi muito interessante, e também muito serena. Havia os que afirmavam, "mais tarde ou mais cedo este decreto será aplicado, a única vitória que podemos conseguir é o seu adiamento para o próximo ano lectivo", e os outros (a maioria) que diziam: "Este decreto não é para adiar, e sim para afundar. E nada está jogado definitivamente." Também foi extremamente importante o facto de os coordenadores terem transmitido, não apenas a sua posição pessoal mas fazendo-se mandatados pelos colegas dos respectivos departamentos. "No departamento tal achamos que se deve suspender o processo...", "no meu departamento também", etc.. Em resumo, conseguimos convencer mesmo os "conciliadores" e, no final, a votação foi unânime. Nesse dia houve concentração de profs. no centro do Barreiro (o Conselho Pedagógico até terminou mais cedo para irmos para lá todos!) e é claro que aproveitámos a oportunidade para transmitir aos colegas das outras escolas do concelho a decisão dos Casquilhos. Na conversa com os colegas constatamos que há muitas escolas onde, por medo, seguidismo ou mesmo concordância, os órgãos de gestão (conselhos executivos e pedagógicos) estão a avançar com o processo de avaliação e até a ser "mais papistas que o papa". Está a verificar-se um grande fosso entre a maioria dos profs. nas escolas (as bases) e a gestão (sobretudo conselhos executivos), essa é uma realidade que não podemos ignorar (independentemente do sucesso da manifestação de sábado). A tomada de posição dos Casquilhos é um ponto de apoio importante para todos (note-se que o presidente do nosso CE estava presente no Pedagógico e votou a favor da suspensão, o que significa que estamos todos unidos na escola, da base ao topo). Mas certamente que existem posições semelhantes de outras escolas. Alguém sabe de mais exemplos? Nesta fase do campeonato é importantíssimo conhecermos e publicitarmos todas as posições de resistência. Pela nossa parte (Casquilhos), vamos aproveitar a Marcha de dia 8 para divulgar a posição do C. Pedagógico e apelar a que as outras escolas façam o mesmo. A linha de força é: "suspensão de todo o processo de avaliação nas escolas, primeiro passo para impor a revogação do decreto". Porque essa é a questão central: obrigar o ME (com esta ministra ou outra) a revogar o dec. 2/2008. Uma última achega: fui falar com os 5 colegas contratados que existem na nossa escola, para os informar da decisão do Pedagógico, e eles estão TODOS de acordo, ficaram satisfeitíssimos! Sentem-se muito mais ameaçados se forem avaliados de acordo com este decreto do que se ficarem sem avaliação...
Um abraço para todos, e até sábado
No passado dia 5, na reunião do Conselho Pedagógico da Escola Secundária de Casquilhos (do qual faço parte) este decidiu, POR UNANIMIDADE, "suspender a aplicação do decreto regulamentar 2/2008 (o da avaliação), aguardando a decisão dos tribunais relativamente às providências cautelares interpostas". É interessante notar que a reunião começou com uma proposta "conciliatória" (i.e., querendo cumprir com as orientações do ME por um lado mas da maneira mais "correcta" possível e dando o máximo de margem de manobra aos profs. da escola). Ela propunha que se fizesse "apenas" a avaliação dos colegas contratados (note-se que o ME tem tentado fazer essa manobra, afirmando que os contratados "têm" que ser avaliados até ao final do seu contrato). Mas quando alguém perguntou, inocentemente... "qual é o benefício que os contratados vão retirar disso? Será que vão ser reconduzidos automaticamente, ou ter preferência nas colocações?" - e se percebeu que, de facto, os colegas, avaliados ou não, vão ficar tal como estavam, i.e, sem garantias nenhumas de nada, sem vinculação e continuando super-precários, começámos também a ver que se está a tentar fazer dos contratados "cobaias"... Afinal eles não são professores como os outros? Se forem avaliados, isso não é abrir a porta a que os outros o sejam logo a seguir?A discussão que se seguiu posso dizer-vos que foi muito interessante, e também muito serena. Havia os que afirmavam, "mais tarde ou mais cedo este decreto será aplicado, a única vitória que podemos conseguir é o seu adiamento para o próximo ano lectivo", e os outros (a maioria) que diziam: "Este decreto não é para adiar, e sim para afundar. E nada está jogado definitivamente." Também foi extremamente importante o facto de os coordenadores terem transmitido, não apenas a sua posição pessoal mas fazendo-se mandatados pelos colegas dos respectivos departamentos. "No departamento tal achamos que se deve suspender o processo...", "no meu departamento também", etc.. Em resumo, conseguimos convencer mesmo os "conciliadores" e, no final, a votação foi unânime. Nesse dia houve concentração de profs. no centro do Barreiro (o Conselho Pedagógico até terminou mais cedo para irmos para lá todos!) e é claro que aproveitámos a oportunidade para transmitir aos colegas das outras escolas do concelho a decisão dos Casquilhos. Na conversa com os colegas constatamos que há muitas escolas onde, por medo, seguidismo ou mesmo concordância, os órgãos de gestão (conselhos executivos e pedagógicos) estão a avançar com o processo de avaliação e até a ser "mais papistas que o papa". Está a verificar-se um grande fosso entre a maioria dos profs. nas escolas (as bases) e a gestão (sobretudo conselhos executivos), essa é uma realidade que não podemos ignorar (independentemente do sucesso da manifestação de sábado). A tomada de posição dos Casquilhos é um ponto de apoio importante para todos (note-se que o presidente do nosso CE estava presente no Pedagógico e votou a favor da suspensão, o que significa que estamos todos unidos na escola, da base ao topo). Mas certamente que existem posições semelhantes de outras escolas. Alguém sabe de mais exemplos? Nesta fase do campeonato é importantíssimo conhecermos e publicitarmos todas as posições de resistência. Pela nossa parte (Casquilhos), vamos aproveitar a Marcha de dia 8 para divulgar a posição do C. Pedagógico e apelar a que as outras escolas façam o mesmo. A linha de força é: "suspensão de todo o processo de avaliação nas escolas, primeiro passo para impor a revogação do decreto". Porque essa é a questão central: obrigar o ME (com esta ministra ou outra) a revogar o dec. 2/2008. Uma última achega: fui falar com os 5 colegas contratados que existem na nossa escola, para os informar da decisão do Pedagógico, e eles estão TODOS de acordo, ficaram satisfeitíssimos! Sentem-se muito mais ameaçados se forem avaliados de acordo com este decreto do que se ficarem sem avaliação...
Um abraço para todos, e até sábado
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