domingo, 17 de fevereiro de 2008

Professores de Vila Real organizam-se

Recebemos de colegas de Vila Real esta declaração sobre a criação de (mais) um Movimento de Professores, que se opõe à actual política e, por isso, quer lutar pela sua dignidade profissional.
O movimento pode ser contactado através de profsmovimento@gmail.com
Força colegas! Juntos poderemos vencer, isolados a derrota é certa.
MOVIMENTO DE PROFESSORES DE VILA REAL
"Somos, juntamente com outros docentes, um grupo dinamizador de vontades no sentido de podermos constituir um movimento de professores, sem vinculação partidária ou sindical, que congregue o descontentamento dos docentes do distrito de Vila Real, desde o pré-escolar ao secundário, e que possa convergir numa plataforma nacional comum de oposição à vertigem legislativa autocrática destaequipa ministerial, consubstanciada em aspectos gravosos do Estatutoda Carreira Docente, do concurso para professores titulares, da avaliação de desempenho e do novo modelo de gestão.
Cansámo-nos de ser objectos de experimentalismos vazios, deculpabilizações torpes e incoerentes sobre o estado do ensino (a "grande ideia inovadora" assenta numa solução que já estava nas próprias escolas num tal grupo de docentes "altamente qualificado"que, paradoxalmente, foi o mesmo que assumiu nos últimos 7 anos os cargos nas mesmas escolas que o Ministério acusa de funcionarem mal? Isto tem alguma racionalidade/coerência?...), bem como de tiques arrogantes e autoritários que apenas têm servido para mascarar incapacidades de mobilização das escolas e para legitimar ataques à justa remuneração do nosso trabalho.
Estamos fartos......de ser joguetes de estratégias políticas demagógicas destinadas adenegrir a imagem pública dos professores,...de tentativas de transformação das escolas em áreas de intervenção partidária,...da desresponsabilização do Ministério da Educação, descartando todo o processo avaliativo à iniciativa dos docentes e, desta forma,lançando o odioso da avaliação sobre nós mesmos, sobretudo quando todos exercemos o mesmo tipo de tarefas, partilhando materiais,estratégias e projectos em pé de igualdade,...de pseudo processos de consulta na definição dos modelos organizativos que nos regem,...de ver o Estado portar-se sem ética, quebrando contratos, mudando aleatoriamente as regras do jogo e dando ou tirando conforme os
arrufos e as cegueiras do momento.
BASTA de reformas "contra" os professores. Exigimos reformas "com" os professores e que, como tal, possam constituir-se como processos mobilizadores e indutores de mudança qualitativa e real (não meramente estatística).Neste quadro, o modelo de avaliação do desempenho é, tão-só, ocorolário da ligeireza, da arbitrariedade, da injustiça e da incompetência que caracterizou o concurso para professores titularesque não avaliou nem os desempenhos efectivos, nem as competências dosprofessores (muito menos competências para avaliar a prática docente).
Como tal, vamos contestar, nos mais diversos fóruns, os fundamentos irreflectidos, contraditórios e demagógicos que têm norteado aprodução legislativa desta equipa ministerial, cujas consequências devastadoras são bem visíveis na escola, quer ao nível da desmotivação dos professores, quer no âmbito da pressão para o facilitismo (agora consagrado como uma espécie de "porreirismo, pá") na relação pedagógica com os alunos."

1 comentário:

Anónimo disse...

Quanto mais movimentos melhor! Ainda bem que aparece mais um, agora em Vila Real, amanhã outro e no outro dia outro...
O efeito "bola de neve" precisa de ser retumbante e esmagador, mas há um momento em que precisa de ser eficaz e conquistar o objectivo pretendido por todos: a desfesa da escola pública e a derrota destas políticas imbecilizantes, insanes e erráticas que vêm degradando a escola pública e enlameado a imagem do professor na praça pública. Tenhamos dignidade e pugnemos pela defesa de princípios ético-deontológicos, sem os quais não se é professor, mas simples funcionário certificador de sucesso a martelo -- aquilo em que este ME nos quer transformar...
Por isso, há que federar todos estes movimentos "had-hoc" numa grande força comum, com estratégia, "timinigs" e objectivos bem definidos: com todos e não contra ninguém, pois o inimigo é só um: esta política do actual ME.
Nota: se os sindicatos não compreenderem este movimento espontâneo de base e não se colocarem a partir dele para conduzir esta luta comum, provavelmente alguém o terá de fazer por eles e eles eventualmente perderão a já limitada credibilidade e representatividade junto dos docentes.