Sou Educadora de Infância desde 1986, desde sempre apostei numa carreira docente na rede pública por estar convicta que o Ministério da Educação seria o mais honesto, credível e transparente "patrão".
Com este Governo esta minha forma de pensar foi completamente arrasada. Primeiro foram os congelamentos das carreiras...para alguns docentes! Sim porque no caso concreto do Pré-escolar as Educadoras de Infância dos cursos de Promoção ( 2 anos), que durante quase toda a sua vida profissional foram auxiliares ou vigilantes em instituições (muitas destas particulares) e que tinham apenas o 9º ano de escolaridade, com este Governo tiveram um prémio de maior valor do que o apregoado Prémio do Professor do Ano! Assim, enquanto os docentes que tiveram todo um percurso académico (12º ano) realizaram um curso de formação inicial na área de ensino em que pretendiam fazer carreira docente, com muitos anos de formação superior e tudo o que isso implica, ficaram congelados a partir de 29 de Agosto de 2005, as referidas colegas dos Cursos de promoção viram premiada a sua carreira Não Docente, e com este Governo, em Maio de 2006 passaram para o topo da carreira (10º escalão), tendo algumas delas passado de um 7º para o 10º escalão, com retroactivos desde Janeiro de 2006, porque lhes foi contado todo o tempo de serviço não docente, como se fosse serviço docente! Mais grave ainda é que com o ECD do continente ( porque os ECD das regiões autónomas são completamente diferentes, não dividem os professores em 2 categorias e todos podem chegar ao topo da carreira), as referidas Educadoras com muito menos habilitações académicas e profissionais ficaram na categoria de "Professor Titular", como tal irão avaliar as colegas que desenvolveram um percurso normal, Por tudo isto BASTA! As medidas deste Governo são uma farsa...o argumento de "Escola Pública de Qualidade" é pura demagogia política.
Todas medidas deste Governo estão a destruir a Escola Pública e a gerar relações de enorme conflito entre os docentes deste Portugal Continental, porque felizmente nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores a realidade é outra. Será que temos que "fugir" todos para a ilha?!
Mais um desabafo de uma Educadora de Infância que se vê enganada com tudo isto.
Sem comentários:
Enviar um comentário