terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Haja autorizações...

Ex.ma sra.governadora civil


Por outras, palavras, Manuel, António, Pina:

O acima assinado, cidadão português e cronista, vem, muito respeitosamente, expor e requerer a V. Ex.ª o seguinte:

1 - Tendo o signatário tido conhecimento de que a PSP identificou três professores que, convocados por SMS, se reuniram no sábado na Avenida dos Aliados para, supõe-se, não dizer bem das políticas educativas do Ministério da Educação;

2 - Mais tendo sabido que, entre as centenas de presentes, a PSP decidiu identificar (já que tinha que identificar alguém e não levara consigo bolinhas numeradas para proceder a um sorteio) três pessoas que falaram às TV's;

3 - E tendo sabido ainda que tal identificação (e tudo o que se lhe seguirá) se deveu ao facto de as pessoas em causa não terem, em devido tempo, informado V. Ex.ª de que pretendiam ir nessa tarde à Avenida dos Aliados;

4 - Tendo, por fim, conhecimento de que, pelo mesmo motivo, um sindicalista foi recentemente condenado em Oeiras;

vem o signatário solicitar autorização de V. Ex.ª para, logo à noite, se reunir com alguns amigos no Café Convívio, sito na Rua Arquitecto Marques da Silva, nº 303, no Porto, a fim de discorrerem todos ociosamente sobre assuntos diversos, entre os quais provavelmente não dizer bem das políticas educativas do Ministério da Educação.

Pede deferimento.

in Jornal de Notícias - texto da secção última

2 comentários:

Berta disse...

Pela Paz em democracia
Até que enfim que a classe e os seus representantes se unem pelo bem da escola pública portuguesa, contra as políticas da educação, defendendo o que é digno de ser defendido: a escola pública, que sem falsas promessas e sem hipocrisias, levada pela simplicidade e sensibilidade de se ser Professor, defende ainda os jovens deste país, prometendo-lhes que a aprendizagem é um crescimento humano que contribui para o bem estar de qualquer cidadão. É essa a função de um pedagogo e por isso fomos sobrevivendo às intempestivas do governo.
À luta por um País democrático, onde a transparência seja realmente a bandeira de qualquer cidadão comum, mesmo no limiar da pobreza

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Uma boa causa: Contra a incompetência e defesa da escola pública! :)