Caro ex-colega A política do rebuçado foi sempre utilizada por todos os governos, desde 250474. Não nos podemos esquecer que o então ministro da educação de Cavaco Silva, João Deus Pinheiro, dizia que como na tropa, nem todos podem chegar a generais....Mas talvez...fui sempre alferes e portanto, nunca fiquei muito preocupado com o que aquele senhor disse. Agora aposentado, mas atento ao que me rodeia, penso que só através do diálogo, do fazer ver, com calma, com argumentação, com alternativas será possivel, chegar a um entendimento que não pode nem deve ser visto como política do rebuçado , mas sim como uma "vitória" da razão, do conhecimento do que é uma escola e quais as suas funções. Nem todos ou melhor uma enorme maioria dos docentes não sabe ainda o que é uma escola. Estou a falar por conhecimento porque estive como docente 34 anos e 16 como presidente de vários CDs e CEs.Também sou culpado e assumo as minhas responsabilidades. Cumprimentos Helder Soares, aposentado por inciativa própria e roubado por um despacho ilegal da exministra Ferreira Leite em 700 e tal euros por mês.
Virão certamente rebuçados e bem embrulhados, mas não creio que haja professores conscientes da sua dignidade profissional que aceitem tais ofertas. As organizações sindicais deram e estão a dar mostras de saberem interpretar os sentimentos e aspirações da classe docente. A questão da avaliação está não só ligada à gestão das escolas (o director executivo nomeia os avaliadores)como à fractura da carreira e a todo o ECD. E também ao Estatuto do Aluno e às outras medidas contra a Escola Pública. Muito correctamente, no último comunicado da Fenprof, afirma-se: "A FENPROF reafirma que uma eventual resposta positiva às quatro condições colocadas, para o plano imediato, não resolve os graves problemas da Educação, e que deverá ser acompanhada da declaração de disponibilidade para a renegociação do ECD, reabertura do processo de aprovação de um novo modelo de gestão, tomada de medidas que permitam resolver o grave problema de precariedade e desemprego que afecta um tão elevado número de docentes, bem como de um conjunto de outras medidas, designadamente no âmbito da Educação Especial, da concretização do conceito de escola a tempo inteiro, entre muitas outras questões, incluindo os direitos sindicais dos docentes". Há pois garantias de que não serão aceites rebuçados. E de que a luta vai continuar até haver os resultados que os professores pretendem.
Vamos continuar vigilantes e unidos. Dizem bem. Ontem, na A.R., o PCP apresentou uma moção de saudação aos professores que foi votada favoravelmente por toda a oposição e também por Teresa Portugal, do PS. Mais uma vez, alguns dos deputados do partido do Governo que se apresentam como vozes da consciência crítica voltaram a falhar nos momentos de decisão. R.C.M.
Enquanto você vê em todos os estados a atuação brilhante, ampla, total, irrestrita e determinada do Ministério Público, com quase todos os governos sofrendo o crivo de ações investigativas com rigor e transparência, podemos dizer que, em São Paulo, por exemplo, falta uma área do Ministério Público afeta aos Direitos Humanos dos Professores Públicos. Para começar, em São Paulo o Educador ganha menos trinta por cento do que o professor do Piauí, e ninguém faz nada, ninguém crítica ou investiga. Suspeito. Caso de se denunciar à ONU? Para piorar, amigos da escola não são necessariamente amigos da escola, quando não mesmo são amigos do alheio na escola, por assim dizer, muitas das ONGs tendo como membros ex-secretários da educação e afins que, quando no governo nada fizeram, pioraram ou até quase faliram a educação pública, e agora, na rede privada, suspeitamente ganham dinheiro palpitando e oferecendo régios préstimos que precisam ser investigados. Estranho. E ninguém age em favor de uma transparência pública na área. Depois, por incrível que possa parecer e, considerando que a Educação Pública é coisa séria, pacotes suspeitos e regiamente pagos (só para grupos privados) são impostos para a escola pública de cima pra baixo (sem qualquer noção da clientela real ou da realidade docente), de forma pouco ou quase nada ético-democrático, sacrificando sobremaneira a equipe técnico-administrativa das escolas (já desafasadas nesse sentido; sem aparato de estrutura funcional), como se cada decisão de gabinete com ar refrigerado (a vida na escola é outra coisa) fosse um doloroso “passa-moleque” no professor que, por incrível que pareça, com curso superior e com um puxado concurso avaliatório muito mais difícil do que para delegado, por exemplo, ganha menos do que um policial com mero ensino médio. Aliás, São Paulo é o único estado em que professor ganha menos do que policial. Já pensou? Pois é. O Professor qualificado, testado e efetivado, tem que trabalhar em duas escolas ou mais, fazer bico (pra recompor o salário) de vendedor a camelô-sacoleiro em trânsito, enquanto, aqui e ali, nalguma propaganda enganosa de certo governo mais pro neoliberal do que para o ético-humanitário, tudo é uma beleza, parece que estamos em Genebra, na Suíça. E ninguém faz nada, ninguém fala nada. Quem tem medo da Escola Pública? Todo mundo de gabarito e vencedor teve um professor pela frente um dia, para ser o que é. Mas, quando o governo federal sabiamente aventa alta verba para a escola pública, sanguessugas e vampiros da Educação se mobilizam e querem fatias do bolo, parcela da grana, muitos deles que já estiveram no poder e não resolveram nada. Como querem ter moral para fundarem ONGs de becos e se meterem a analistas, pesquisadores, teóricos de ocasião, donos da verdade? Nas escolas faltam funcionários, falta suporte operacional, o professor tem que se virar para passar conteúdos mesmo quando uma ou outra sala periférica mais parece uma micro-febem; idéias estranhas são impostas de cima pra baixo, o professor é sempre surpreendido com coisas esdrúxulas ou mal feitas, sem nunca ser consultado quando deveria ser, quando ele é melhor do que o problema; autoridades passam, boas ou más, o servidor concursado, efetivo, sofredor, estudando ainda, fica com o peso do problema, o ônus da situação sócio-cultural, quando na realidade não se vê lucros, ou saca montagens de mudanças que na verdade não mudam nada, são apenas vernizes, aparências que enganam e depois, eventualmente ainda servem para paradoxais horários políticos eleitorais. Quando é que, realmente, de verdade, alguma mudança de peso democrático vai ocorrer na escola pública, pois eu sou do tempo em que professor ganhava o mesmo que um juiz, e hoje, professor tem que se matar para sobreviver e ainda agüentar a parte tendenciosa da mídia que, na verdade, quer cada vez mais privatarias do que humanismo de resultados. Será que as instituições sérias, de renome, que defendem a escola pública, têm que denunciar em foro internacional o salário constrangedor e degradante dos professores de São Paulo? Alguém já pensou em fazer uma reportagem investigativa da vida das Diretoras das Escolas de São Paulo, do que elas se matam para ganhar menos do que um motorista de ônibus de São Paulo?. Ser diretora de escola pública é a prova inconteste e cabal da própria violação dos direitos humanos de uma profissional que carrega um problemão nas costas, e ninguém faz nada, ninguém dá suporte efetivo de funcionabilidade, quando não empresas privadas a guisa de investir (e glosar o imposto de renda?) atuam nas escolas e querem o que não podem e legalmente não deveria sob uma ótica ético-legal. A verdade dói. Escola Pública é coisa séria. Bônus, pacotes, infiltrações de amigos do alheio no meio não compactuam com o ideário dos Professores realmente comprometidos com uma educação de qualidade. Ou mudam as falsas mudanças, ou a escola pública não vai ser mudada como realmente precisa ser e deveria ser. Quem é que vai pagar por isso? -0- Silas Correa Leite, Especialista em Educação, Jornalista Comunitário, Escritor premiado, autor de Campo de Trigo Com Corvos, Contos, Editora Design-SC, Prêmio Ligia Fagundes Telles Para Professor Escritor, CRE-Centro de Referência em Educação Mário Covas E-mail: poesilas@terra.com.br – Blogue: www.portas-lapsos.zip.net – Site: www.itarare.com.br/silas.htm
Em Defesa da Escola Pública e da Dignidade da Docência é um movimento de professores e de outros cidadãos que procura congregar esforços e vontades em defesa de uma Escola Pública participada e participativa, na luta pela dignidade da profissão docente e pela criação de reais condições para uma Escola Pública de sucesso.
A aprovação dos instrumentos de registo pelos Conselhos Pedagógicos das escolas está ferida de nulidade jurídica pois todas as providências cautelares interpostas pelas organizações sindicais têm, de facto, efeitos suspensivos; a sua aprovação é um claro desrespeito às decisões dos Tribunais que deferiram essas providências.
Requerimento para pagamento de aulas de substituição
"(…) Nas reuniões que eu tive com a equipa técnica do ME, defendi a criação defichas simples, com itens objectivos, sem a obrigatoriedade da assistência a aulas... " (ver mais)
7 comentários:
E o estatuto do aluno (que não é exequível.
Ainda por cima não vão mudar nada na avaliação, só a adiam, à espera que a coisa "arrefeça".
Mas eu tenho confiança no Mário Nogueira, a ver vamos.
J. T.
Caro ex-colega
A política do rebuçado foi sempre utilizada por todos os governos, desde 250474. Não nos podemos esquecer que o então ministro da educação de Cavaco Silva, João Deus Pinheiro, dizia que como na tropa, nem todos podem chegar a generais....Mas talvez...fui sempre alferes e portanto, nunca fiquei muito preocupado com o que aquele senhor disse. Agora aposentado, mas atento ao que me rodeia, penso que só através do diálogo, do fazer ver, com calma, com argumentação, com alternativas será possivel, chegar a um entendimento que não pode nem deve ser visto como política do rebuçado , mas sim como uma "vitória" da razão, do conhecimento do que é uma escola e quais as suas funções. Nem todos ou melhor uma enorme maioria dos docentes não sabe ainda o que é uma escola. Estou a falar por conhecimento porque estive como docente 34 anos e 16 como presidente de vários CDs e CEs.Também sou culpado e assumo as minhas responsabilidades.
Cumprimentos
Helder Soares, aposentado por inciativa própria e roubado por um despacho ilegal da exministra Ferreira Leite em 700 e tal euros por mês.
Concordo inteiramente. Os senhores da 5 de Outubro estão a medir forças. Estão à espera da desmobilização dos professores.
É tempo de reflexão e discussão.
Mesmo os professores têm agora que mostrar o quão capazes são de pensar...
e agir em conformidade com o enquadramento da sua função social.
Virão certamente rebuçados e bem embrulhados, mas não creio que haja professores conscientes da sua dignidade profissional que aceitem tais ofertas. As organizações sindicais deram e estão a dar mostras de saberem interpretar os sentimentos e aspirações da classe docente. A questão da avaliação está não só ligada à gestão das escolas (o director executivo nomeia os avaliadores)como à fractura da carreira e a todo o ECD. E também ao Estatuto do Aluno e às outras medidas contra a Escola Pública. Muito correctamente, no último comunicado da Fenprof, afirma-se: "A FENPROF reafirma que uma eventual resposta positiva às quatro condições colocadas, para o plano imediato, não resolve os graves problemas da Educação, e que deverá ser acompanhada da declaração de disponibilidade para a renegociação do ECD, reabertura do processo de aprovação de um novo modelo de gestão, tomada de medidas que permitam resolver o grave problema de precariedade e desemprego que afecta um tão elevado número de docentes, bem como de um conjunto de outras medidas, designadamente no âmbito da Educação Especial, da concretização do conceito de escola a tempo inteiro, entre muitas outras questões, incluindo os direitos sindicais dos docentes".
Há pois garantias de que não serão aceites rebuçados. E de que a luta vai continuar até haver os resultados que os professores pretendem.
Vamos continuar vigilantes e unidos. Dizem bem. Ontem, na A.R., o PCP apresentou uma moção de saudação aos professores que foi votada favoravelmente por toda a oposição e também por Teresa Portugal, do PS. Mais uma vez, alguns dos deputados do partido do Governo que se apresentam como vozes da consciência crítica voltaram a falhar nos momentos de decisão.
R.C.M.
Artigo/Opinião:
Educação Pública é Coisa Séria
Enquanto você vê em todos os estados a atuação brilhante, ampla, total, irrestrita e determinada do Ministério Público, com quase todos os governos sofrendo o crivo de ações investigativas com rigor e transparência, podemos dizer que, em São Paulo, por exemplo, falta uma área do Ministério Público afeta aos Direitos Humanos dos Professores Públicos. Para começar, em São Paulo o Educador ganha menos trinta por cento do que o professor do Piauí, e ninguém faz nada, ninguém crítica ou investiga. Suspeito. Caso de se denunciar à ONU? Para piorar, amigos da escola não são necessariamente amigos da escola, quando não mesmo são amigos do alheio na escola, por assim dizer, muitas das ONGs tendo como membros ex-secretários da educação e afins que, quando no governo nada fizeram, pioraram ou até quase faliram a educação pública, e agora, na rede privada, suspeitamente ganham dinheiro palpitando e oferecendo régios préstimos que precisam ser investigados. Estranho. E ninguém age em favor de uma transparência pública na área. Depois, por incrível que possa parecer e, considerando que a Educação Pública é coisa séria, pacotes suspeitos e regiamente pagos (só para grupos privados) são impostos para a escola pública de cima pra baixo (sem qualquer noção da clientela real ou da realidade docente), de forma pouco ou quase nada ético-democrático, sacrificando sobremaneira a equipe técnico-administrativa das escolas (já desafasadas nesse sentido; sem aparato de estrutura funcional), como se cada decisão de gabinete com ar refrigerado (a vida na escola é outra coisa) fosse um doloroso “passa-moleque” no professor que, por incrível que pareça, com curso superior e com um puxado concurso avaliatório muito mais difícil do que para delegado, por exemplo, ganha menos do que um policial com mero ensino médio. Aliás, São Paulo é o único estado em que professor ganha menos do que policial. Já pensou? Pois é. O Professor qualificado, testado e efetivado, tem que trabalhar em duas escolas ou mais, fazer bico (pra recompor o salário) de vendedor a camelô-sacoleiro em trânsito, enquanto, aqui e ali, nalguma propaganda enganosa de certo governo mais pro neoliberal do que para o ético-humanitário, tudo é uma beleza, parece que estamos em Genebra, na Suíça. E ninguém faz nada, ninguém fala nada. Quem tem medo da Escola Pública? Todo mundo de gabarito e vencedor teve um professor pela frente um dia, para ser o que é. Mas, quando o governo federal sabiamente aventa alta verba para a escola pública, sanguessugas e vampiros da Educação se mobilizam e querem fatias do bolo, parcela da grana, muitos deles que já estiveram no poder e não resolveram nada. Como querem ter moral para fundarem ONGs de becos e se meterem a analistas, pesquisadores, teóricos de ocasião, donos da verdade? Nas escolas faltam funcionários, falta suporte operacional, o professor tem que se virar para passar conteúdos mesmo quando uma ou outra sala periférica mais parece uma micro-febem; idéias estranhas são impostas de cima pra baixo, o professor é sempre surpreendido com coisas esdrúxulas ou mal feitas, sem nunca ser consultado quando deveria ser, quando ele é melhor do que o problema; autoridades passam, boas ou más, o servidor concursado, efetivo, sofredor, estudando ainda, fica com o peso do problema, o ônus da situação sócio-cultural, quando na realidade não se vê lucros, ou saca montagens de mudanças que na verdade não mudam nada, são apenas vernizes, aparências que enganam e depois, eventualmente ainda servem para paradoxais horários políticos eleitorais. Quando é que, realmente, de verdade, alguma mudança de peso democrático vai ocorrer na escola pública, pois eu sou do tempo em que professor ganhava o mesmo que um juiz, e hoje, professor tem que se matar para sobreviver e ainda agüentar a parte tendenciosa da mídia que, na verdade, quer cada vez mais privatarias do que humanismo de resultados. Será que as instituições sérias, de renome, que defendem a escola pública, têm que denunciar em foro internacional o salário constrangedor e degradante dos professores de São Paulo? Alguém já pensou em fazer uma reportagem investigativa da vida das Diretoras das Escolas de São Paulo, do que elas se matam para ganhar menos do que um motorista de ônibus de São Paulo?. Ser diretora de escola pública é a prova inconteste e cabal da própria violação dos direitos humanos de uma profissional que carrega um problemão nas costas, e ninguém faz nada, ninguém dá suporte efetivo de funcionabilidade, quando não empresas privadas a guisa de investir (e glosar o imposto de renda?) atuam nas escolas e querem o que não podem e legalmente não deveria sob uma ótica ético-legal. A verdade dói. Escola Pública é coisa séria. Bônus, pacotes, infiltrações de amigos do alheio no meio não compactuam com o ideário dos Professores realmente comprometidos com uma educação de qualidade. Ou mudam as falsas mudanças, ou a escola pública não vai ser mudada como realmente precisa ser e deveria ser. Quem é que vai pagar por isso?
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Silas Correa Leite, Especialista em Educação, Jornalista Comunitário, Escritor premiado, autor de Campo de Trigo Com Corvos, Contos, Editora Design-SC, Prêmio Ligia Fagundes Telles Para Professor Escritor, CRE-Centro de Referência em Educação Mário Covas
E-mail: poesilas@terra.com.br – Blogue: www.portas-lapsos.zip.net – Site: www.itarare.com.br/silas.htm
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