Mário Nogueira, porta-voz da estrutura que reúne todos os sindicatos do sector, afirmou que «a esmagadora maioria das escolas aprovou de forma inequívoca» a moção que prevê a ratificação do entendimento estabelecido entre a plataforma e o Ministério da Educação (ME) no que diz respeito à avaliação de desempenho. (SOL)
A Moção sindical é propositadamente ambígua e não pode ser tida como válida para aferir a vontade dos professores sobre o memorando. O texto é quase todo fortemente crítico do Ministério e, no meio, deixa discretamente ao apoio o memorando de entendimento com o Ministério.
A maior parte dos colegas só tiveram conhecimento do texto sindical ao ser lido no plenário e, por ser longo, muita gente não se apercebe de que no meio daquelas críticas todas está também o apoio ao memorando.
O que se passou na ESDICA (Escola Secundária D. Inês de Castro de Alcobaça) onde foi aprovada a moção sindical e chumbado o memorando, prova o que eu digo. Ou seja, de acordo com o critério de Mário Nogueira, a ESDICA também apoiará o memorando porque aprovou a moção sindical. E isso não é verdade. O memorando foi claramente rejeitado, depois do plenário ser confrontado com a ambiguidade dos textos. Seguramente, em muitas escolas esta ambiguidade não foi esclarecida, até porque quem dirigia a mesa eram sindicalistas interessados em fazer passar o memorando.
Se queriam que os professores ratificassem o memorando porque não lhes pediram para dizer apenas sim ou não? Porque apresentaram uma longa moção onde misturam críticas ao Ministério e apoio ao memorando? Alguém anda a vender gato por lebre…
A Moção sindical é propositadamente ambígua e não pode ser tida como válida para aferir a vontade dos professores sobre o memorando. O texto é quase todo fortemente crítico do Ministério e, no meio, deixa discretamente ao apoio o memorando de entendimento com o Ministério.
A maior parte dos colegas só tiveram conhecimento do texto sindical ao ser lido no plenário e, por ser longo, muita gente não se apercebe de que no meio daquelas críticas todas está também o apoio ao memorando.
O que se passou na ESDICA (Escola Secundária D. Inês de Castro de Alcobaça) onde foi aprovada a moção sindical e chumbado o memorando, prova o que eu digo. Ou seja, de acordo com o critério de Mário Nogueira, a ESDICA também apoiará o memorando porque aprovou a moção sindical. E isso não é verdade. O memorando foi claramente rejeitado, depois do plenário ser confrontado com a ambiguidade dos textos. Seguramente, em muitas escolas esta ambiguidade não foi esclarecida, até porque quem dirigia a mesa eram sindicalistas interessados em fazer passar o memorando.
Se queriam que os professores ratificassem o memorando porque não lhes pediram para dizer apenas sim ou não? Porque apresentaram uma longa moção onde misturam críticas ao Ministério e apoio ao memorando? Alguém anda a vender gato por lebre…
Mário Lopes
13 comentários:
Como percebi e julgo que a maioria percebeu, a moção apoia o "entendimento" porque é importante para os professores, mas não resolve as questões de fundo, pelo que deverá manter-se uma forte acção sindical e reivindicativa. Daí os outros considerandos.Os professores sabem ler e interpretar textos.O que está explícito e o que está implícito. E isto serve para as estranhas posições de um movimento que se diz em defesa da escola pública e da dignidade da profissão docente e elege como adversário principal quem mais tem lutado por esses objectivos.
É favor acrescentar nas ecolas Escola EBI da Mexilhoeira Grande, assim como a totalidade das escolas do concelho de Portimão, o que me leva a questionar onde estão os tais 90% de acordo.
Caro falcão:
O nosso movimento não é anti-sindicatos (e não é anti-nada) é só a favor da Escola Pública e da dignidade da Docência.
Os professores sabem ler quando têm tempo para ler. Ora em certas reuniões os delegados sindicais quiseram fazer uma leitura, rápida e salteada, do documento a aprovar e recusaram ler o "acordo que não é acordo". Só por manifesta insistência foram forçados a deixar que os plenários parassem para se fotocopiar os documentos (foi assim na minha Escola). Na esmagadora maioria dos locais onde isto aconteceu o resultado foi o mesmo - perderam estrondosamente.
Pedro Luna:
Peço-lhe que releia o seu comentário:
"O nosso movimento não é anti-sindicatos"
"Os delegados sindicais" (...)"perderam estrondosamente".
E eu a julgar que os delegados sindicais eram professores...
Caro falcão:
Leia o senhor o texto, pois ainda não entendeu tudo: é uma carta (e-mail) relatando o que se passou numa Escola.
Os delegados sindicais perderam estrondosamente porque o voto é democrático e os delegados, nessa Escola, estiveram do lado dos que perderam - chama-se a isto democracia e pensava que os sindicalistas percebiam isto.
Já percebeu tudo ou quer que lhe faça um desenho? Se necessário também posso fazer um para o Mário Nogueira, se quiser...
O meu primeiro comentário está plenamente confirmado. Há uma má-fé evidente no post e no comentário de Pedro Luna quando insinuam que os sindicalistas, esses perigosos agentes inimigos, tentaram enganar os professores, ocultando e manipulando a informação que estava disponível em vários sites e nas sedes sindicais, mas que eles conseguiram esconder. Em 89% das escolas conseguiram os seus objectivos, mas alguns foram tão inteligentes e tão perspicazes que não se deixaram enganar. Esses sim, pensam pela própria cabeça e não seguem qualquer mentor ideológico, seja ele Santana Castilho, Ramiro Marques, Ana Benavente ou Manuel Alegre.
É preciso ser burro para insistir com este tipos de comentários: eu não pretendo hostilizar os Sindicatos mas, de facto, sinto uma certa aversão aos métodos por eles usados nesta situação. O Movimento Cívico não é anti-nada, nomeadamente anti-sindicatos, nem o poderia ser pois é a favor dos professores e muitas das pessoas que estão nos sindicatos merecem-nos o maior respeito, embora às vezes cometam erros, como quaisquer seres humanos.
O caso aqui publicado é sintomático, mas poderíamos relatar dezenas deles em muitas Escolas: os delegados sindicais (que é claro que são professores, embora alguns, infelizmente, já não saibam o que é uma aula há vários anos) tentaram em muitos casos condicionar o debate, impedindo alterações à moção, fazendo leitura rápida da mesmo e sugerindo aos associados do seu sindicato os acostumados comportamento para calar os colegas discordantes.
E, já agora, se os Sindicatos queriam saber efectivamente qual era a posição dos colegas, porque não fizeram circular uma simples folha em cada Escola, com os nomes dos professores, em que cada um assinava e dizia Sim ou Não ao "acordo que não é acordo"?
É que a contabilidade dos sins e nãos, baseada numa Moção com uma arrozoado fantástico, olvidando as críticas, propostas de textos alternativos e moções diversas também aprovadas (vide o caso da Escola Correia Mateus, aqui referido) dá direito a perceber que, embora com 86% dos cerca de 50.000 professores a aprovarem a moção, muitos destes eram contra a assinatura do acordo.
Elegância de estilo e elevado nível de argumentação:
"Quer que lhe faça um desenho?"
"É preciso ser muito burro"
Já lhe ocorreu que estão a usá-lo?
Sabe o que é o populismo?
Acha sinceramente que há movimentos independentes no plano político?
Caro falcão:
Peço desculpa se o ofendi, não era essa a minha intenção. Mas quem começou como esse tipo de comentário deselegantes não fui eu, basta ler um certo artigo do JN em que o colega e sindicalista Mário Nogueira disse a seguinte coisa de quem discordava dele: ""Vozes de burro não chegam ao céu, por isso esperemos que não escoiceiem perto de nós"" (http://jn.sapo.pt/2008/04/16/primeiro_plano/uniao_docente_risco_estilhacar.html)
Quanto às suas perguntas, perante o que se passou em muitos plenários sindicais, acho-as fantásticas e hilariantes:
"Já lhe ocorreu que estão a usá-lo?
Sabe o que é o populismo?
Acha sinceramente que há movimentos independentes no plano político?"
Eu sou independente, mas no meu movimento há filiados do PS, PSD, BE, PCP e CDS, bem como sindicalizados de quase todos os Sindicatos, não sindicalizados e independentes. Nunca fui condicionado nem nunca condicionei ninguém (já viu os resultados da nossa última reunião, em que 3 moções tiveram votos muitos díspares...?).
Só porque não pensamos como o Mário Nogueira ou os outros parceiros da Plataforma Sindical não temos de ser adjectivados como a corrente de pensamento do qual o senhor é a voz oficial neste Blog nos classifica.
Pense pela sua cabeça e deixe de pensar pela dos outros, homem - ainda há-de agradecer este conselho se conseguir libertar-se da voz do dono que aqui debita.
Oiçam esta entrevista do Mário Nogueira:
http://psitasideo.blogspot.com/2008/04/entrevista-mrio-nogueira-presidente-da.html
Têm apenas de baixar o volume do "rádio cotonete" do blog
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