Com a devida vénia, transcrevemos do blogue Leg XX
A educação em Portugal estava em estado de guerra. O Ministério estava completamente desautorizado, de todo o lado surgiam desafios abertos às suas ordens.
O Presidente da República, que já tinha pedido calma e não tinha sido ouvido, mantinha-se em silêncio. Mas havia mais uma lei polémica, passada das mãos do governo para as mãos do presidente. O prazo legal estava a esgotar-se e o Presidente tinha de fazer alguma coisa. Quer promulgasse, quer vetasse ia sempre gerar mais agitação. Por isso, fez o que lhe pareceu ser mais justo. Mas para não correr riscos, era preciso uma manobra de diversão, que fizesse com que o assunto fosse remetido para um cantinho dos jornais e passasse sem críticas.
O Presidente da República, que já tinha pedido calma e não tinha sido ouvido, mantinha-se em silêncio. Mas havia mais uma lei polémica, passada das mãos do governo para as mãos do presidente. O prazo legal estava a esgotar-se e o Presidente tinha de fazer alguma coisa. Quer promulgasse, quer vetasse ia sempre gerar mais agitação. Por isso, fez o que lhe pareceu ser mais justo. Mas para não correr riscos, era preciso uma manobra de diversão, que fizesse com que o assunto fosse remetido para um cantinho dos jornais e passasse sem críticas.
As notícias da imprensa desse dia, provavelmente baseadas em dados do gabinete da presidência, alargavam-se em comentários à postura conciliadora do Presidente em vários momentos. Num passe de mágica a promulgação foi discretamente arrumada atrás da cortina.
E pela noite dentro, a culminar uma cirúrgica gestão de expectativas, sindicatos sorridentes e políticos franzidos anunciavam uma qualquer vitória sem substância, mas que criou grande agitação na comunicação social.
E pela noite dentro, a culminar uma cirúrgica gestão de expectativas, sindicatos sorridentes e políticos franzidos anunciavam uma qualquer vitória sem substância, mas que criou grande agitação na comunicação social.
A ingenuidade sindical é verosímil. Já a expressão teatral dos políticos só engana os incautos. O acordo, que não traz nada de relevante, foi minuciosamente ensaiado, para deixar os provincianos deitar os foguetes, enquanto o banquete prossegue longe de olhares indiscretos. Os políticos fazem a festa, os professores ficam à porta.
É para dentro dessa sala de banquete que me apetece espreitar.
A divisão da carreira entre professores e titulares, está imaculada e até ganhou cores com o acrescento de mais um escalão.
A divisão da carreira entre professores e titulares, está imaculada e até ganhou cores com o acrescento de mais um escalão.
O rolo-compressor burocrático da avaliação complex, pôs-se de perfil para parecer mais magro. Parece que tem só quatro parâmetros, mas não, tem uns vinte e tal desdobrados em alíneas. E os preparativos têm de estar prontos em Setembro.
O estatuto do aluno-faltista nem foi chamado ao caso.
A gestão do super-director e respectiva cadeia de nomeações não tem de ser implementada ainda este mês, até porque era impossível, mas fica para Setembro. Sim, mais outra para Setembro.
Resultado, o único efeito prático da manifestação do 100.000 foi que cada professor descobriu que não era o único que discordava. Infelizmente, por mais consolador que seja esse pensamento, não melhora em nada a sua situação.
3 comentários:
O SPGL e os Pofessores in http://porquemedizem.blogspot.com/
Hoje acordei de uma ressaca de dois dias, fui ao site do SPGL ver as novidades que lá havia e fui ler o primeiro artigo da home page:
Memorando de entendimento entre o Ministério da Educação e a Plataforma Sindical dos Professores
A Marcha da Indignação dos Professores de 8 de Março criou as condições para uma histórica vitória bem patente no Documento que abaixo poderá consultar "Entendimento entre o Ministério da Educação e a Plataforma Sindical dos Pofessores".
Sic confirmem em http://www.spgl.pt/artigo_simples.aspx?sid=8014dc4e-d635-449b-8e0f-11a0f4541046&cntx=%2BQVgtxvnCPw56COo9ccRNtL6AkvYoc96ZY8aERZS3LlRy0Kp0JgraSja6SD0PPb14Ek%2Fi%2F1q7PUJk%2B2LMnJ7j2P%2Bd0WpA37Z0kj2UcINr0I%3D
Depois de ler, deixei-lhes na parte em que pediam o meu (nosso) comentário e , devidamente assinado e identificado, deixei o singelo texto que passo a publicar:
Viva,
como é hábito, passo por aqui de vez em quando (site do SPGL) para ver as notícias. Bom, após ver tanto cantar de galo sobre a vitória que conseguiram... se tiverem coragem tirem a votação que andam a fazer há tanto tempo que já mete nojo (SPGL SONDAGEM) e peçam para que os colegas avaliem de 1 a 5 a vossa vitória...
Se não fizerem batota, MESMO DENTRO DO VOSSO SITE verão a avaliação que merecem…
Espero que o meu desafio tenha êxito e que os nossos distintos sindicalistas tenham a coragem de o fazer… Vou esperar para ver. Apenas vos queria dar conhecimento da minha sugestão, para que avaliem por vós a sua pertinência e para vos confessar que, ao meu filho de oito anos, obriguei a escrever 25 vezes a palavra professor, por se ter enganado a fazê-lo...
Penxo que comesso a preceber o medo que sertos sindicalixstas da noça prassa têeem da abaliaçom...
Sempre Vosso,
PORQUEMEDIZEM
Uma pergunta para reflexão:
“E porque não dar autonomia às escolas para contratarem os seus profissionais?”
Caros ex-colegas
Afinal a escola pública nunca esteve em perigo. O que estava em perigo era os vencimentos de alguns. Agora mais uns euros para o pessoal, mais crescido. A dignidade da função nunca esteve em perigo, porque ela é feita por aqueles que são profissionais e nunca por alguns (muitos?)que não sabem o que andam a fazer dentro das escolas.Escrevi aqui neste blogue, que os sindicatos, iriam mais uma vez chegar a um "acordo". Quando se politiza da forma como foi feita uma luta(luta?)não se podia esperar melhores resultados.Do presidente da repubblica nada de diferente era de esperar. Será que ainda andam todos no pré-escolar?
Cumprimentos
Helder Soares, ex-presidente do CE da Escola Miguel Leitão de Andrada em Pedrógão Grande, aposentado por iniciativa própria, mas roubado em 700 e tal euros mensais, devido a um despacho da antiga ministra da educação, do presidente da república, Manuela Ferreira Leite.
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