domingo, 13 de abril de 2008

Será que foi esta a chama da vitória? - Propostas divulgadas pelo M.E. às associações sindicais de professores a 9 de Abril de 2008.(...)

Eis um excerto de um dos documentos apresentado pelo ME aos sindicatos. Curiosamente, algumas linhas são omitidas na "vitória" final. O negrito é nosso.

Propostas divulgadas pelo M.E. às associações sindicais de professores a 9 de Abril de 2008.(...)
7. Criação de mais um escalão remuneratório para a categoria de Professor Titular e negociação das respectivas regras de acesso.
8. Estabelecimento de regras especiais de acesso à categoria de Professor Titular para os Professores em exercício de funções ou actividades de interesse público, designadamente, enquanto Deputados à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu, Autarcas, Dirigentes da Administração Pública, Dirigentes Sindicais e Profissionais.

9 comentários:

Unknown disse...

Chama-se a este post desonestidade intelectual e insinuação rasteira. Nada disto está no memorando de entendimento. A questão de mais um escalão está noutros termos e explicada pela paridade com a Função Pública.
Porque se procura desvalorizar a vitória do movimento sindical?
A quem interessa esta estratégia?
O movimento cívico é plataforma para quê?

Anónimo disse...

"Chama-se a este post desonestidade intelectual e insinuação rasteira."

O post começa assim: "Eis um excerto de um dos documentos apresentado pelo ME aos sindicatos. Curiosamente, algumas linhas são omitidas na "vitória" final."

Desonestidade intelectual é querer chamar burros aos 100.000 professores que foram a Lisboa porque sabiam o que NÃO queriam...

"Porque se procura desvalorizar a vitória do movimento sindical?"

Tipo vitória de Pirro?

Anónimo disse...

Casualmente ou não o "acordo" caiu na mesma data da promulgação com assinatura de Cavaco do novo Modelo de Gestão.

Era muito aguardada a posição do Presidente da República sobre a crise na educação. Se ainda havia dúvidas, elas desfizeram-se e ficámos todos a saber qual a opinião do senhor.

Noutro contexto qualquer, a assinatura deste decreto era um balde de gasolina sobre a fogueira. Por isso importava criar condições favoráveis a mais esta ferroada nos professores.

Não podia haver melhor maneira do que esta: ter o ME a assinar um acordo de cedências mínimas e os Sindicatos a reclamar uma enorme vitória... moral.

Quanto a isso, o Presidente continua a ser um político habilidoso. E não duvido que foi a sua alta pressão que forçou a ministra a fazer o seu número de malabarismo.

No fundo, sai toda a gente a ganhar... excepto os professores. O Presidente que faz um número arriscadíssimo sem a mínima beliscadura; a ministra e o governo, que finalmente conseguem agarrar-se a qualquer coisa para abrandar o seu delírio explicativo-propagandístico; os sindicatos com os seus 15 minutos de fama, que passam por vencedores para os espectadores menos atentos.

Para os professores: toda a carga burocrática mantém-se, porque em Setembro é para avançar e terão de deixar tudo pronto, apesar dos exames, apesar do fim de ano lectivo.

Tudo o que se criticava fica criticado e "toca a andar".

Unknown disse...

"Porque se procura desvaloriza a vitória do movimento sindical?"

Continuo à espera de perceber essa noção de "vitória". Ainda não atingi.

Unknown disse...

Não se trata de "desvalorizar", trata-se de perceber o conceito de "vitória"...

Anónimo disse...

Claro que a publicação deste documento é de uma enorme desonestidade intelectual.
O que aqui está foi a PROPOSTA DO ME aos sindicatos e NÃO FAZ PARTE DO MEMORANDO DE ENTENDIMENTO.
Foi uma "casca de banana" lançada pelo ME de que os sindicatos se desviaram. Ou acham que eles são estúpidos?
O que lamento é que estes movimentos se estejam a deixar resvalar para posições em que os sindicatos aparecem como o inimigo principal. Assim, vocês estão a fazer o jogo da ministra.
Também eu fiquei insatisfeito com os termos do acordo. Mas pergunto: qual a alternativa? Vamos boicotar a avaliação? Vamos sujeitar-nos a processos disciplinares? Se todos estivermos dispostos a pagar o preço, alinho já. Mas estaremos? É que não estou para que suceda o que sucedeu na greve aos exames: eu sozinho na "arena" e os "valentes" atrás das "tábuas".

Pedro Luna disse...

"Foi uma "casca de banana" lançada pelo ME de que os sindicatos se desviaram."

Significa isto que daqui a uns tempos ficaremos muito admirados quando os senhores enunciados no ponto 8 do texto do ME passarem a titulares...? E que os Sindicatos irão pôr a boca no microfone quando isso acontecer?

Anónimo disse...

Caro Pedro Luna:
Tem algo que lhe permita dizer que os referidos no ponto 8 da proposta do ME vão passar a titulares?
O que está a fazer é um processo de intenção sem quisquer provas. No fundo, está a resvalar para a mais vulgar demagogia populista.
O problema deste e de outros movimentos é que têm uma desconfiança inata relativamente aos sindicatos e vêen-nos como inimigos a abater.
Por muitas proclamações em contrário é isso que sucede e era mais honesto da vossa parte assumi-lo.

Anónimo disse...

Caro g-17:

É verdade que a esmagadora maioria dos professores tem uma "desconfiança inata relativamente aos sindicatos". Nós, no Movimento Cívico, tentamos e tentámos lutar contra isso. Mas nós os professores temos memória - e até adivinhamos coisas que se irão passar num prazo relativamente curto, sem necessidade de bola de cristal.

Para perceber melhor, quer que lhe recorde como surgiu o Instituto Irene Lisboa e o que este teve a ver com lutas e cedências passadas?

Se a Plataforma de Sindicatos cedeu pelo que está escrito naquilo a que alguém chamou de "acordo que não é acordo", denota problemas de inteligência (venderam um capital elevado por um prato de lentilhas). Se houve mais alguma coisa debaixo da mesa, que os próximos meses (até Julho de 2009) vão mostrar, então cá estaremos para ver e comentar, para ver se o negócio foi efectivamente bom e para quem foi proveitoso. Num caso ou noutro aquilo que os professores pensam é actual - há motivos para haver "desconfiança inata relativamente aos sindicatos" por parte dos docentes.

E não se admire que muitos professores sindicalizados deixem de pagar quotas aos Sindicatos nos próximos tempo. Infelizmente, digo eu, pois deveriam lutar pelos seus direitos dentro dessas organizações, mas em breve tal facto será notório. E é uma pena que tal aconteça só porque os nossos dirigentes sindicais não quiseram efectivamente ouvir os professores (custava muito colocar em cada Escola uma folha com lista de docentes em que estes punham o seu SIM ou NÃO ao acordo e depois se contava os resultados, com aqui alguém propôs...?).

Porque será que o dia D fez lembrar o referendo em que os timorenses aceitaram a integração na Indonésia em 1976...?